Em conferência internacional contra mudanças climáticas, Flávio Dino apresenta soluções para a Amazônia
O governador Flávio Dino participou nesta quinta-feira (23) do GLF Amazônia (Global Landscapes Forum), conferência internacional que reuniu cientistas, políticos, jornalistas, ativistas e líderes de grupos afrodescendentes e indígenas, entre outros, para debater soluções de preservação da floresta amazônica.
Na plenária “Como construir um modelo de desenvolvimento endógeno?”, mediada pela jornalista Miriam Leitão e que contou com Luis Hidalgo Okimura, governador do estado peruano Madre de Dios, Rosa Lucero, importante liderança da cidade equatoriana Cantón Logroño, e Angélica Rojas, uma das coordenadoras do Fundación Para La Conservación Y Desarrollo Sostenible, que desenvolve trabalhos nos estados colombianos Meta e Guaviare, Flávio Dino afirmou que os governadores dos estados brasileiros que fazem parte da Amazônia estão tratando o assunto levando em conta que a região é fundamental para a segurança climática do mundo e apresentou o Plano de Recuperação Verde.
“Há uma visão segundo a qual a temática das queimadas ou desmatamentos na Amazônia se resolve exclusivamente com polícia, comando, controle e fiscalização. Nós sabemos que sim, há muitas práticas criminosas na Amazônia brasileira, e que demandam a aplicação de sanções, de punições. Nós temos situações extremas em que a atuação do aparelho repressivo dos governos é fundamental. Ocorre, contudo, que isso não é suficiente. Nós precisamos de um modelo de economia verde que garanta que os 30 milhões de brasileiros e brasileiras que moram na Amazônia tenham seus direitos sociais atendidos. Então, nós partimos da visão segundo a qual não existe sustentabilidade ambiental sem sustentabilidade social e vice-versa”, disse o governador.
Segundo Flávio Dino, o Plano de Recuperação Verde é uma estratégia de transição para economia verde, oferecida pelos nove governadores da Amazônia brasileira, e busca a consecução dos projetos em quatro eixos. O primeiro deles é frear o desmatamento ilegal. O segundo eixo é a busca de apoio a projetos de produção sustentável. O terceiro eixo, tecnologia verde e inovação. E o quarto eixo, infraestrutura verde, uma vez que a Amazônia corresponde a 60% do território brasileiro.
“Precisamos compreender que há uma Amazônia rural, mas há também uma Amazônia urbana e, por isso, quando nós falamos de infraestrutura verde, nós estamos falando do saneamento, por exemplo, pois nós temos cidades enormes na Amazônia brasileira, que precisam de investimentos em saneamento”, completou o Dino.
O Plano de Recuperação Verde foi lançado de julho deste ano pelo Consórcio da Amazônia Legal, do qual fazem parte os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Em agosto, o Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) estimou que, inicialmente, a implementação do novo modelo teria um impacto positivo de R$ 1,9 bilhão, gerando cerca de 208 mil empregos.