Em comemoração ao bicentenário da Independência, coração de Dom Pedro I é exibido pela primeira vez no Brasil

No dia 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I realizou o grito pela independência do Brasil, momento conhecido como o Grito do Ipiranga. Passados 200 anos deste dia, o país recebe, em ação inédita, o coração do primeiro imperador do Brasil.

O órgão está guardado há 187 anos em um recipiente de vidro e conservado em formol. A urna de madeira, guardada a cinco chaves, fica localizada na Igreja de Nossa Senhora da Lapa, na cidade do Porto, em Portugal. O coração fica na cidade portuguesa para atender a um pedido do próprio D. Pedro I, registrado no testamento do monarca.

No Brasil desde segunda-feira (22), a relíquia foi transportada até Brasília (DF) em um avião da Força Área Brasileira (FAB), acompanhada por três autoridades portuguesas e uma do governo brasileiro. Esta é a primeira vez que o coração do monarca deixa Portugal. Foram cinco meses de negociações e de avaliação dos peritos portugueses para saber se o órgão tinha condições de ser trazido ao Brasil.

A autorização para a viagem se deu por votação unânime da Câmara Municipal do Porto, detentora dos direitos do órgão. A data da volta está marcada para o dia 8 de setembro, um dia após o fim das comemorações do bicentenário da Independência. Os despojos do corpo de D. Pedro se encontram sepultados desde 1972 na Cripta do Monumento à Independência, no Museu do Ipiranga, em São Paulo (SP).

Exposição

A celebração do bicentenário da Independência também se dá por meio de uma exposição no Palácio do Itamaraty, em Brasília (DF), chamada “Um coração ardoroso: vida e legado de D. Pedro I”, iniciada no dia 25 de agosto, com visitação de escolas da rede pública do Distrito Federal nos dias de semana e do público geral nos finais de semana. Mais informações sobre a exposição podem ser encontradas no site do Itamaraty.

Em torno do coração, será apresentado uma biografia do primeiro imperador do Brasil, mostrando elementos relevantes de contexto histórico. O regresso do órgão ao Brasil representa o retorno ao país que ajudou a construir.