SÃO LUÍS – Exposição do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Maranhão (SENAI-MA), que reuniu projetos de alunos e equipamentos de ponta da Indústria 4.0, realizada durante Torneio SESI de Robótica Regional Maranhão, atraiu o interesse de muitos jovens que ainda nem saíram do Ensino Fundamental. Com uso de simuladores, impressoras 3D, plantas industriais automatizadas e protótipos, os visitantes ficaram mais próximos da Ciência e tecnologia usadas na educação técnica.

Com olhar atento, expressão de curiosidade e muitas perguntas na ponta da língua, Marconi Fonseca, 11 anos, se encantou com tudo que viu. Ele gostou tanto que pediu aos alunos do SENAI para fazer parte da equipe. “Marconi é cheio de ideias. Isso me fez lembrar de quando eu era criança e sonhava em participar de exposições como esta. Eu me vi nele e queria que ele soubesse que suas ideias são valiosas”, disse o estudante de Eletromecânica do SENAI Distrito Industrial, Ricardo Marques Silva,20.

Abraçado pela equipe do SENAI, Marconi ganhou de presente um bloco de anotação, caneta e um conselho: ‘Escreva aqui todas as coisas que você quer realizar e não se importe se parecer difícil ou se te disserem que você não irá conseguir’. Marconi tem muitos planos e um deles é construir a sua própria impressora 3D.

CULTURA MAKER – Ricardo Marques Silva levou para o torneio de robótica um projeto inovador que promete transformar a ventilação industrial por meio da automatização e uso de energias renováveis. “Eu utilizei um sensor ultrassônico para tornar o projeto mais interativo. Ele é combinado com um sensor de temperatura que ajusta a velocidade do ventilador automaticamente, dependendo da temperatura do ambiente. A energia utilizada pode ser fotovoltaica ou eólica e o que sobra pode ser distribuído para a parte administrativa ou até mesmo para a comunidade. Um ventilador industrial consome 2,1 kWh, e uma placa solar adequada pode gerar essa energia em um único dia. Com uma boa administração, é possível economizar”, explicou o estudante.

O instrutor do SENAI na área de Eletromecânica, Ronald Santos, disse que é extraordinário o interesse de pessoas bem jovens em Ciência e tecnologia. “Hoje existe a possibilidade de você construir a sua própria impressora 3D, uma máquina de corte a laser, um robô ou qualquer outro equipamento. Com a cultura maker, muitos fabricantes de tecnologia facilitam para que você possa desenvolver seus próprios protótipos, montar e customizar equipamentos”, explicou.

Esse movimento que incentiva a experimentação, a criação e o aprendizado prático, do tipo ‘mão na massa’, é adotado pelo SENAI. Com isso, os estudantes são desafiados a propor soluções para os problemas que vão encontrar dentro das indústrias. Esse tipo de estudante, informou o instrutor, tem grande aceitação nas empresas porque o setor industrial como um todo também melhora. O uso de impressoras 3D é muito amplo. Vai da engenharia à indústria aeroespacial, da arquitetura à área de alimentos.

Além dos protótipos e das impressoras 3D, os visitantes puderam operar máquinas pesadas em um simulador de transporte, entender e montar a instalação hidráulica de um banheiro e de acompanhar o funcionamento de uma Planta Smart 4.0. “Esse equipamento integra tecnologias da Indústria 4.0, como robótica, internet das coisas e computação em nuvem. A planta permite que usuários façam pedidos personalizados de produto, por meio de uma plataforma online, com a montagem realizada de forma autônoma”, explicou o instrutor Bruno Costa, acrescentando que o SENAI forma profissionais capacitados em áreas como Eletrotécnica e Automação Industrial, preparando-os para as demandas do mercado e para atuar como os “profissionais do futuro”.