Eduardo Nicolau é homenageado com o Prêmio de Direitos Humanos Padre José Bráulio
O procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, foi uma das personalidades homenageadas nesta quinta-feira, 18, na primeira edição do Prêmio de Direitos Humanos Padre José Bráulio, criado pela Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, que tem sede no bairro Cidade Olímpica. A solenidade contou com a participação de lideranças comunitárias e religiosas, familiares do padre, além dos homenageados.
Dividido em cinco categorias, o prêmio destaca iniciativas de organizações da sociedade civil, jovens, lideranças religiosas, mulheres e outras pessoas engajadas em projetos, ações e políticas na área dos direitos humanos.
A honraria leva o nome do sacerdote católico José Bráulio Ayres, que teve uma vida dedicada ao que chamava “esperançar”, segundo a presidente da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, Elivânia Estrela. Vítima da Covid, o religioso faleceu em maio de 2020.
Na cerimônia, também esteve presente o promotor de justiça José Márcio Maia Alves, diretor da Secretaria para Assuntos Institucionais (Secinst).
HOMENAGEADOS
Entre outras personalidades e entidades que atuam em defesa dos direitos humanos na região da Cidade Olímpica, ainda foram agraciados o co-vereador de São Luís pelo Coletivo Nós Jhonatan Soares, membro da comunidade e ex-integrante do Conselho Curador Fundação Justiça e Paz se Abraçarão, e a diretora da Faculdade Laboro, Sueli Tonial, que tem parcerias com a instituição, além do procurador-geral de justiça.
Na abertura da solenidade, Elivânia Estrela explicou como surgiu a ideia do prêmio e a motivação da escolha dos agraciados. “O prêmio de Direitos Humanos Padre José Bráulio nasceu para celebrar pessoas e instituições que conjugam o verbo esperançar. Padre Bráulio nos ensinou que esperançar é cultivar a vida de todas as pessoas. Iremos celebrar iniciativas que colaboram para a proteção dos direitos humanos, histórias de luta na defesa dos mais vulneráveis e pessoas que atuam em defesa da vida e de um bem viver para todas e todos”, destacou.
Quanto ao nome do procurador-geral de justiça, a presidente da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão esclareceu que a escolha não se deu em função da grande amizade entre o homenageado e o padre ou porque o chefe do Ministério Público faz muita caridade à comunidade da Cidade Olímpica, de forma anônima, e apoia os projetos da fundação. “Quando pensamos em criar o prêmio, uma das primeiras pessoas escolhidas foi o procurador-geral de justiça. Ele é sinônimo de esperança, de quem ocupa uma função pública e pode mudar a vida das pessoas. E isso foi percebido por nós desde o início de sua gestão quando criou o Programa de Atuação em Defesa dos Direitos Humanos (Padhum), para proteger os mais vulneráveis, e as Promotorias Distritais, incluindo a da Cidade Operária, que atende a nossa comunidade”, declarou.
Emocionado, Eduardo Nicolau agradeceu a homenagem, lembrou de sua relação fraterna com o padre Braúlio e aproveitou a ocasião para informar que já foi realizada a compra da futura sede da Promotoria Distrital da Cidade Operária, que irá funcionar no antigo prédio da agência do Banco do Estado do Maranhão. “Fico muito feliz com a homenagem, que me anima mais ainda a seguir atuando em defesa dos mais necessitados, sobretudo porque ela traz o nome de alguém que fez a diferença na Igreja Católica do Maranhão”, ressaltou.
PADRE BRÁULIO
José Bráulio Sousa Ayres foi o primeiro padre negro da Arquidiocese de São Luís. Natural de Penalva, foi responsável pela implantação da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) no Maranhão. Também esteve à frente da construção e revitalização de várias igrejas da Arquidiocese de São Luís, onde se destaca a construção do Santuário Nossa Senhora de Nazaré, no bairro do Cohatrac, e as reformas do santuário de São José de Ribamar, nos anos de 2000 e 2001.
Foi ainda presidente da Associação Santo Antônio dos Pretos, que desenvolve ações sociais e de cuidado da saúde em comunidades quilombolas em Penalva, e do Conselho Curador da Fundação Justiça e Paz se Abraçarão. Faleceu em 2020, aos 66 anos, em decorrência de sequelas da Covid-19.