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Economia

Driblando as armadilhas: um guia para usar o cartão de crédito sem ter problemas

Mesmo tendo uma das taxas de juros mais caras do mercado financeiro, os brasileiros fazem uso dos cartões de crédito rotineiramente. Seja para comprar presentes, itens de uso pessoal ou até alimentação, grande parte da população opta por essa forma de pagamento. Como resultado, de acordo com o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, elaborado pelo Serasa, no mês de julho deste ano, o Brasil registrou 43,72% da população inadimplente, com valor médio de R$1.325,86 por dívida. Ainda segundo a pesquisa, o Maranhão possui 38,15% da população em situação de inadimplência.

A professora de economia e coordenadora dos cursos de Negócios da Facimp Wyden, Petra Fernanda Cruz e Silva, explica que nem sempre o cartão de crédito é o vilão. Existem formas de utilizá-lo sem passar por transtornos. Para a especialista, é importante manter um limite de crédito realista à capacidade de pagamento/renda do consumidor. “Cartões de crédito com limites muito superiores à renda individual são perigosos, principalmente quando não se tem controle nos gastos”, afirma.

Petra diz, ainda, que gastar sem comprometer toda a renda é essencial. Uma dica é sempre ter o orçamento na ponta do lápis. De acordo com a especialista, os gastos com cartão de crédito não devem ultrapassar 30% da renda familiar. 

Quando é recomendado usar o cartão de crédito?

A especialista afirma que a recomendação é realizar as compras do dia a dia com pagamento à vista, deixando para usar o limite do cartão e os parcelamentos na compra de itens com valores mais altos e em compras de emergência, como as de  eletrodomésticos. 

A ideia de parcelar no cartão os gastos com supermercado e combustível pode até parecer bastante atraente, mas pode virar uma bola de neve e levar as pessoas ao endividamento. Petra ressalta que o parcelamento no cartão de crédito pode ser útil quando o consumidor tem o controle da situação e entende que não vale a pena dividir a aquisição de produtos pequenos e de caráter repetitivo. 

“Isso apenas prenderá o consumidor num círculo vicioso. Por outro lado, parcelar compras com valores mais altos e sem caráter de repetição é uma boa estratégia, principalmente se o seu cartão oferecer programas de recompensas e o parcelamento não tiver incidência de juros”, explica. 

Existe o cartão ideal?

Petra esclarece que quando o consumidor for pesquisar qual o melhor cartão, ele deverá levar em conta quais benefícios se adaptam melhor ao seu estilo de vida. Muitos oferecem recompensas em dinheiro, produtos, seguros, serviços, milhas, cashback e outros. 

“Outro ponto de atenção são as anuidades. Os cartões mais requisitados, que oferecem benefícios maiores em cashback e pontos que podem ser trocados por milhas e outros produtos, possuem algumas exigências, como a anuidade. Em alguns casos, os cartões exigem um nível mínimo de gasto mensal. O ideal para quem está começando e não tem gastos tão altos com a fatura do cartão de crédito é optar pelos cartões sem anuidade”, destaca.

Como sair das dívidas?

A dica da especialista é, como primeira opção, criar um orçamento detalhado e negociar os juros, priorizando as parcelas de negociação e evitar fazer novas compras parceladas no cartão, nesse período, até que a dívida seja quitada. “O comprometimento com hábitos saudáveis financeiros é essencial para uma vida tranquila”, finaliza.