Documentário “Tenho Fé” destaca artistas que celebram os Orixás e a ancestralidade em suas obras, além de destacar a importância de se combater o racismo religioso
A potência da presença afro-brasileira na criação artística do país é celebrada no documentário “Tenho Fé”, de Rian Córdova, que está em cartaz em circuito nacional. Produzido pela Pixys Produções e Lira Filmes (a mesma do premiado “Levante”), o documentário – que foi apresentado na 47º Mostra Internacional de Cinema de SP – acompanha a jornada de artistas que celebram os orixás e a ancestralidade em suas obras, a fim de propor uma reflexão sobre o universo de culturas afro-diaspóricas. Os temas transitam entre o sagrado e o ancestral, pondo em emergência cotidiana no combate ao racismo e à intolerância religiosa. Com uma linguagem direta e simples, a produção é indicada para todos os públicos, independentemente de suas crenças. Assista ao trailer neste link.
De antropólogos do carnaval até sacerdotes, as encruzilhadas artísticas apresentam um amplo panorama da chamada “arte afro-brasileira”. Entre um vasto acervo de criadores e estudiosos, participam no documentário: o historiador Luiz Antônio Simas; os carnavalescos da GRES Grande Rio Leonardo Bora e Gabriel Haddad; a cantora Rita Benneditto; o diretor Amir Haddad; o dramaturgo Rodrigo França; o autor de quadrinhos Hugo Canuto; a coreógrafa Valéria Monã; o estilista Beto Neves; o antropólogo e Babalorixá Rodney William; os professores Babalawò Ivanir dos Santos e Helena Theodoro; o pastor Henrique Vieira; a chef de cozinha Dadá. As câmeras passeiam por palcos de teatros, shows, desfiles de moda, convenções de quadrinhos e até festas populares, como as festas de São Jorge e Iemanjá. O objetivo é entender de forma descomplicada a mitologia dos Orixás e, sobretudo, compreender questões que nos motivam, nos angustiam e nos movem.
“O filme é uma grande interseção de talentos artísticos. Nossas câmeras acompanharam a jornada de artistas movidos pela fé nos orixás e pela ancestralidade. Visitamos do desfile icônico de Exu da GRES Grande Rio até a presença de Orixás como heróis em convenções de HQs, para entender a importância da contribuição afro-brasileira na formação da identidade nacional. O filme é sobretudo, um manifesto contra o racismo religioso.” – afirma o diretor Rian Córdova.
“Como mulher de terreiro, preta e periférica digo: ´Sinto, logo sou!´. O filme, Tenho Fé, proporcionou a representatividade explícita de minha vida sagrada como sempre sonhei. Nós falando de, e, sobre nós. Motumbá!” – diz Conceição Gomes, Curadoria de Conteúdo.
“As formas de falar, vestir, comer, rezar, punir, matar, nascer, enterrar os mortos, chorar, festejar, envelhecer, dançar, não dançar, fazer música, silenciar, gritar. Tudo isso é componente da cultura de um grupo e, para os africanos, dialoga necessariamente no campo simbólico e ritual com a ancestralidade”, diz um trecho do livro Filosofias Africanas: Uma Introdução, de Nei Lopes e Luiz Antônio Simas – Editora José Olympio – 2020.
“O racismo mata em vida. E o racismo mata a vida” – Pastor Henrique Vieira
“Eu acredito cada vez mais em ancestralidade, e ancestralidade pra mim tem um nome: orixá” – Rodrigo França
“É realmente desconstruir os preconceitos. Ou criar novas perspectivas, novos olhares sobre os orixás, sobre essa herança espiritual cultural africana, e principalmente honrar“ – Hugo Canuto
“A escravidão nos arrancou a realeza, mas os orixas nos devolveram” – Rodney William
“Quero tentar como meu trabalho que as pessoas realmente tenha consciência do que são” – Rita Benneditto
São Luís- MA
CINE LUME
Avenida Colares Moreira, S/N, Ed. Office Tower – Renascença II, São Luís – MA
09/12 – 18h
10/12 – 15h, 16h30, 20h
11/12 – 17h e 20h
Sinopse Resumida
O documentário, que foi selecionado para a 47º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, apresenta a jornada de artistas que celebram os orixás e a ancestralidade em suas obras. As histórias se cruzam, permeadas por música, teatro, artes visuais, moda e dança. E trazem reflexões sobre representatividade negra, diversidade e arte, sob análises de artistas, acadêmicos e religiosos.
Sobre o diretor e roteirista e produtor executivo Rian Córdova: Rian tem interesse especial em projetos ligados à representatividade e aos direitos humanos. Ele assinou a direção e o roteiro de “Luana Muniz – Filha da Lua”, vencedor do Prêmio de Melhor Filme pela Escolha do Público no Mix Brasil 2017, Melhor Longa no Festival de Gênero e Sexualidade do Rio no Cinema 2017 e Melhor Longa para Documentário no DIGO 2018 (Goiás). E “Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas”, que ganhou Menção Honrosa no Festival de Gênero e Sexualidade do Rio no Cinema 2016 e foi selecionado para representar o Brasil como melhor DOC no Festival Internacional de Viña Del Mar 2017.
Sobre a Pixys Produções Artísticas: É uma produtora e distribuidora independente sediada em São Paulo. Como produtora, atua em parceria com roteiristas e diretores na estruturação de filmes e séries de ficção e documentário, e trabalha em regime de coprodução na gestão de projetos e estruturação financeira com outras empresas produtoras. É produtora do longa MEMÓRIA de Otávio Antunes, e coprodutora no filme O CIRCO VOLTOU, de Paulo Caldas, das obras TEMPO RUY e DE QUANTA TERRA PRECISA O HOMEM, com direção de Adilson Mendes, e da série A TRAMA de Carlinhos Andrade e Otávio Antunes, da série de ficção AQUELES DIAS de Hélio Gold, dos longas documentais VOU TIRAR VOCÊ DESSE LUGAR de Dandara Ferreira e O ANO EM QUE O FREVO NÃO FOI PARA A RUA de Mariana Soares e Bruno Mozoco, ambos em fase de finalização, e atualmente prepara a produção dos longas de ficção ENTRE AMIGOS de Caio D’Andrea e TIKUN de Yael Steiner.
Atua em parceria com a Lira Filmes na distribuição, tendo lançado as obras O VERDE ESTÁ DO OUTRO LADO, de Daniel Rúbio, SEFARAD, de Luis Isamel, FAZ SOL LÁ SIM, de Claufe Rodrigues, DANÇAS NEGRAS, de João Nascimento e Firmino Pitanga, LUANA MUNIZ – FILHA DA LUA, de Rian Córdova e Leo Medeiros, MENÁGE, de Luan Cardoso e O CIRCO VOLTOU de Paulo Caldas. Para 2023 prepara o lançamento das obras LO QUE QUEDA EM EL CAMIÑO e LUIS CARLINI – GUITARRISTA DE ROCK.
Sobre a Lira Filmes: Desde 2011, a Lira Filmes, fundada por Juliana Lira, opera como Produtora Audiovisual em São Paulo. A partir de 2018, ampliou sua atuação ao tornar-se uma distribuidora independente com a chegada de Roberto Gonçalves de Lima. Seu primeiro lançamento comercial ocorreu em 2018 com o filme “Saudade”, dirigido por Paulo Caldas. No ano seguinte, trouxe ao público “O Verde Está do Outro Lado”, de Daniel Rúbio, e “Sefarad”, uma produção portuguesa dirigida por Luís Ismael. Em 2020, lançou o longa-metragem “Faz Sol Lá Sim”, dirigido por Claufe Rodrigues. No ano seguinte, em 2021, apresentou ao público os filmes “Danças Negras”, de João Nascimento e Firmino Pitanga, e “Luana Muniz – Filha da Lua”, dirigido por Rian Córdova e Léo Medeiros. Em 2022, lançou o filme “Ménage”, dirigido por Luan Cardoso e, em 2023, já apresentou ao público os longas “O Circo Voltou”, dirigido por Paulo Caldas, e “Luiz Carlini – Guitarrista de Rock”, de Luiz Carlos Lucena.
Atualmente, a empresa está se preparando para o lançamento de diversos filmes, incluindo “Lo Que Queda En El Camiño”, de Jakob Krese e Danilo do Carmo, “Tenho Fé”, de Rian Córdova, “Levante”, de Lillah Halla (prêmio Melhor Filme de Estreia – FIPRESCI – Cannes 2023), “O Barulho da Noite”, de Eva Pereira (seleção oficial do 52o Festival de Cinema de Gramado), “Nada Será Como Antes – A Música do Clube da Esquina”, de Ana Rieper, “#EAGORAOQUE”, de por Rubens Rewald e JC Bernardet, “Memória”, de Otávio Antunes, “Tempo Ruy” e “De Quanta Terra Precisa O Homem?”, ambos dirigidos por Adilson Mendes.
A Lira Filmes realizou a comercialização em diversas plataformas e canais de TV de vários projetos, incluindo o longa-metragem, e sua série derivada, “Saudade” e a série “Terroir – Comida É Arte”, ambos dirigidos por Paulo Caldas, o telefilme “Lorna Washington – Sobrevivendo a Supostas Perdas”, dirigido por Rian Córdova e Léo Medeiros, os filmes “Paula”, produzido pela Brisa Filmes, e “Luciene”, da Leão Filmes, juntamente com a série “A Trama”, de Carlinhos Andrade e Otávio Antunes, e “Via Sacra da Rocinha: Arte e Resistência na Favela”, dirigida por Cléber Araújo.
Ficha Técnica:
Produção: Lira Filmes
Coprodução: Pixys Produções
Distribuição: Lira Filmes
Codistribuição: Spcine
Patrocínio: Ancine, BRDE, GOVERNO DO ESTADO – SECRETARIA DA CULTURA E ECONOMIA CRIATIVA – PROAC
Faixa Indicativa: 12 anos
Duração: 80min
Produção Executiva: Juliana Lira, Rian Córdova e Roberto Gonçalves de Lima
Direção: Rian Córdova
Roteiro: Rian Córdova
Montagem: Luísa Breda
Direção de Fotografia: Alan Motta
Coordenação de Conteúdo e Produção: Conceição Gomes
Motion Arts: Moreno Muniz
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=icd3RIgPx6A