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 Do entrudo aos trios elétricos: a evolução histórica do Carnaval de Salvador

O Carnaval de Salvador, conhecido mundialmente pela energia contagiante, tem suas raízes fincadas no período colonial. A festa que hoje atrai milhões de turistas nasceu de manifestações populares e influências africanas e europeias, moldando-se ao longo dos séculos.

Ainda no século XIX, o Carnaval baiano era marcado pelo entrudo, uma brincadeira trazida pelos portugueses, em que as ruas eram palco de guerras de água, farinha e limão. Aos poucos, o evento ganhou novos elementos, como as primeiras marchinhas e os desfiles de cordões e afoxés.

As raízes africanas e o afoxé

A influência africana é um dos pilares do Carnaval de Salvador. Os afoxés, blocos inspirados no candomblé, surgiram ainda no início do século XX, trazendo ritmos e danças de matriz africana para as ruas da cidade. Um dos mais antigos e populares deles, o Afoxé Filhos de Gandhy, fundado em 1949, tornou-se um símbolo de paz e resistência cultural.

Com suas vestes brancas e turbantes, os integrantes dos afoxés mantêm viva a tradição africana, enquanto embalam multidões ao som do ijexá. Essa fusão de culturas ajudou a consolidar o Carnaval de Salvador como uma expressão única, diferenciando-o de outras festas carnavalescas do país.

O surgimento do trio elétrico

Na década de 1950, a inovação tomou conta do Carnaval baiano com a criação do trio elétrico. Dodô e Osmar, dois músicos soteropolitanos, adaptaram um carro para carregar instrumentos amplificados, levando a música a todos os cantos da cidade. Essa novidade revolucionou a festa, tornando-se o elemento central do Carnaval baiano.

Com o passar dos anos, a expansão dos trios elétricos atraiu artistas renomados, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivete Sangalo e Daniela Mercury, consolidando o evento como um dos maiores espetáculos musicais a céu aberto do mundo.

A evolução e o impacto cultural

Ao longo dos anos, o Carnaval de Salvador cresceu e se consolidou como um reflexo da cultura baiana. A mistura de ritmos, como axé, samba-reggae e frevo, atrai milhões de turistas anualmente, movimentando a economia local e colocando a Bahia no centro do turismo cultural brasileiro.

Quando se fala em lugares para ir no Carnaval, é impossível não lembrar de Salvador. A cidade oferece uma experiência singular, combinando história, música e tradição, atraindo visitantes de todo o mundo.

Patrimônio e tradição

O Carnaval de Salvador é reconhecido como um dos patrimônios culturais imateriais do Brasil, mantendo viva a memória de gerações e celebrando a diversidade. A tradição dos blocos, a presença dos trios elétricos e a forte influência afrodescendente fazem do evento um dos mais autênticos do mundo.

Enquanto o tempo passa, o Carnaval de Salvador segue evoluindo, mas sem perder suas raízes, mostrando que a história da festa está intrinsecamente ligada à história da própria Bahia.