Dia Nacional do Tambor de Crioula é comemorado com programação virtual

Desde 2007, o Tambor de Crioula foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, mas só em 2016 a Lei nº 13. 248 instituiu o dia 18 de junho como Dia Nacional dessa expressão cultural genuinamente maranhense.

Para comemorar a data em tempos de distanciamento social, a Casa do Tambor de Crioula, espaço cultural vinculado à Secretaria de Estado da Cultura (Secma), substituiu a energia das rodas de tambor por uma semana de programação virtual, com exposições, bate-papos, lives e outras atividades.

Essa foi a forma encontrada para garantir a comemoração no mês de junho, mas que neste ano, excepcionalmente, será diferente por conta da pandemia do novo coronavírus, como explica o diretor da Casa do Tambor de Crioula, Neto de Azile.

“A ideia é, neste momento de isolamento, trazer as pessoas para o universo do tambor de crioula. As lives de toda a programação têm a intenção de, mesmo distantes, nos aproximar com nosso povo, com nossa cultura, com nosso movimento”, disse Azile.

A programação foi iniciada na terça-feira (16) e se estendeu até esta sexta-feira (19). Nesta quinta-feira (18), data comemorativa da brincadeira, um bate-papo com o coordenador do comitê gestor da salvaguarda do Tambor de Crioula do Maranhão, Lázaro de Oliveira, foi o ponto alto da programação.

Durante a live, Mestre Lázaro, como é mais conhecido, falou sobre a história, as mudanças culturais e os 13 anos do registro do Tambor de Crioula como Patrimônio Imaterial Brasileiro.

“Nós estamos em uma nova tendência. Esse dia não pode passar em branco, todas as formas valem a pena. Já que a gente não pode ter aglomerações, vamos participar desses momentos, vivenciando, ouvindo opiniões, batendo papo, isso é muito importante para que o dia não passe em branco e se tenha essa comemoração de uma forma diferente, mas muito importante”, avalia Mestre Lázaro.

Toda a programação da Semana do Tambor de Crioula pode ser conferida no Instagram da Casa do Tambor de Crioula (@casadotambor_)

Características

Trazido para o Brasil entre os séculos 18 e 19 por escravos de diversas regiões da África, os grupos de Tambor de Crioula são formados pelas coreiras, pelos tocadores e pelos cantadores, conduzidos pelo ritmo ininterrupto do rufar da parelha (conjunto instrumental formado por três tambores, o Grande, Meião e o Crivador) e pela influência do canto.

A dança culmina com a punga ou umbigada, movimento coreográfico no qual as coreiras, num gesto entendido como de saudação e convite, tocam o ventre uma das outras.