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Dia Nacional de Combate ao Fumo: especialistas enfatizam a importância da data

Esse 29 de agosto é marcado pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo, data que visa conscientizar a população sobre os riscos causados pelo uso do cigarro. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, o número de brasileiros que mantém o hábito de fumar caiu 38% no período de 13 anos.

Em 2019, 9,8% dos brasileiros afirmaram ser fumantes, porcentagem expressivamente reduzida em comparação aos anos anteriores. Já que, em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse índice era de 15,6%. Apesar da redução, uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta ainda que, durante a pandemia, cresceu a quantidade de cigarros consumidos por quem se mantém fumante. Sendo que 30% dos homens e 38% das mulheres fumantes afirmaram consumir dez cigarros a mais por dia, desde o início da pandemia.

De acordo com a médica clínica geral da rede Hapvida, Dra. Priscila Vidigal, este é um dos momentos fundamentais para conscientização sobre os riscos causados pelo uso do cigarro. “A cada tragada, o fumante inala em torno de 4.720 substâncias tóxicas, entre elas, monóxido de carbono, acetonas, amônia, aldeídos, formaldeídos. Além de 43 substâncias cancerígenas como cádmio, chumbo, níquel, substâncias radioativas, resíduos agrotóxicos, entre outros”, enfatiza Priscila.

“Os riscos do fumo podem levar a uma série de doenças e complicações graves de saúde. Diante disso tudo, o fumo é causa direta de mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica, por muitos cânceres: câncer de boca, laringe, esôfago, bexiga, colo. Há ainda risco de morte por doenças coronarianas – que atingem os principais vasos sanguíneos do coração – além doenças cerebrovasculares”, explica Priscila, ao alertar sobre as principais doenças e

complicações de saúde.

Outro fator que deve ser lembrado, quando o assunto se trata do Combate ao Fumo, é a atuação de familiares e amigos como rede de apoio ao fumante que está em processo de desintoxicação. “É importantíssimo contar com uma rede de apoio, até porque o tabagismo é uma dependência química que envolve aspectos orgânicos, mas também emocionais e psicológicos que são muito difíceis de serem superados. O ato de fumar está associado à sensação de prazer, relaxamento e segurança para alguns, dentre outros aspectos”, enfatiza Viviane Santos, psicóloga e professora da Faculdade Estácio São luís.

Para familiares que auxiliam fumantes neste processo, a atuação da rede de apoio é uma tarefa desafiadora. Mas é sempre repleta de demonstrações de afeto, atenção, amor e carinho. “Após minha avó ter sido diagnosticada com problemas decorrentes da glicemia,  causados pelo fumo, tivemos que ajudá-la afastar o cigarro da sua rotina. Com isso, parece que a ansiedade dela aumentou bastante. Mas hoje em dia a família faz o que pode, estando sempre perto, tentando demonstrar muito o amor e o carinho. Tudo para que ela supere esse momento sem sofrimento e com todo apoio necessário”, relata Augusto Lopes, neto de dona Maria Lopes, de 78 anos e fumante há mais de 50 anos.

Segundo Viviane, o familiar ajuda quando passa a entender que o tabagismo é uma dependência química e isso exige diálogos entre rede de apoio e fumante. “Quando a pessoa decide parar de fumar, ela entra em contato com aversivos, tanto de ordem orgânica, quanto também no que diz respeito a aspectos psicológicos e emocionais.  Então o familiar ajuda quando ele apoia, quando ele busca saber e ouvir quais são as dificuldades dessa pessoa, tenta auxiliar nesse processo. Então aqui cabe muito mais o apoio, a abertura da família, do que a crítica”, ressalta a psicóloga.