Dia Municipal do Tambor de Crioula é comemorado em São Luís
O Dia Municipal do Tambor de Crioula – 6 de setembro – foi celebrado com muito batuque e punga nas ruas e praças da Praia Grande. A programação, realizada pela Prefeitura de São Luís, por meio da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (Fumph) e Secretaria Municipal de Cultura (Secult), teve seu ponto alto com as apresentações de mais de 40 grupos que ocuparam as praças Nauro Machado, Faustina, da Fé e Catraieiros.
A vice-prefeita, Esmênia Miranda, representou o prefeito Eduardo Braide na solenidade. “Esta é uma data para celebrar e para refletir. Muito já conquistamos, mas muito ainda há para conquistar. A cultura é dinâmica e precisamos acompanhar esta dinamicidade apoiando para que esta expressão cultural, que é muito representativa da nossa gente, se perpetue para as outras gerações”, destacou a vice-prefeita.
Também compareceram à solenidade, a presidente da Fumph, Kátia Boagéa, o secretário de Cultura, Marco Duailibe e o subprefeito do Centro Histórico, Maurício Itapary. Na ocasião, todos os grupos de tambor de crioula presentes foram agraciados com troféus e certificados, além disto, as coureiras Simei Dantas e Arizete Pacífico, foram homenageadas.
A programação contemplou, antes das apresentações culturais, um momento para debater sobre o bem cultural com a realização do seminário “Tambor de Crioula do Maranhão: avanços e desafios para as políticas públicas de salvaguarda”, que ocorreu na Casa do Tambor de Crioula. No mesmo local também ocorreu o derrubamento do mastro do Festejo de São Benedito, organizado pela mestra Rosa Barbosa e o Centro Cultural Estrela do Divino.
“O tambor de crioula foi a primeira manifestação cultural a ser declarada como patrimônio do Brasil aqui no Maranhão. O tambor de crioula precisa ter um olhar deferenciado para ser protegido e esta transmissão de saber possa continuar acontecendo para as próximas gerações. Desde o início da gestão do prefeito Eduardo Braide temos constrido um olhar humano, inclusivo e respeitoso para uma manifestação ancentral, religiosa e resistente”, disse a presidente da Fumph, Kátia Bogéa.
Festa
Após a abertura do momento de celebração, na Praça Nauro Machado, os grupos de tambor de crioula tomaram conta das praças da Faustina, da Fé e Catraieiros, onde se apresentaram simultaneamente.
“O tambor de crioula para mim é vida, é resistência, é o que meus ancestrais deixaram. Desde criança eu danço e, para mim, todo dia é dia de tambor de crioula”, disse a coureira Rosenilde Ferreira que dança tambor de crioula desde os 7 anos de idade.
A também coureira Ana Alice da Silva dança tambor há 47 anos. “Hoje é só felicidade, estamos muito felizes em poder vir dançar nesta data tão especial para nossa manifestação folclórica e mostrar para as pessoas toda a nossa cultura”, disse.
O Tambor de Crioula é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira que envolve dança circular, canto e percussão de tambores. Não tem local nem data específica e é praticado especialmente em louvor a São Benedito. O Dia Municipal do Tambor de Crioula foi instituído pela Lei 4.349/2004, no dia 6 de setembro de 2004.
“Acho lindo o tambor de crioula, me emociono de ver essa dança que é do nosso Estado e que é tão significativa para nossa cultura. Achei uma ótima ideia reunir os grupos nas praças neste Dia Municipal do Tambor de Crioula”, disse a estudante Jussália Costa.
O Tambor de Crioula do Maranhão foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em 20 de novembro de 2007. O título foi revalidado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 2021.
O evento teve o apoio da Casa do Tambor de Crioula, Conselho Cultural do Tambor de Crioula do Maranhão, Unitas, Centro Cultural Estrela do Divino, Federação do Tambor de Crioula do Maranhão, Comitê Gestor da Salvaguarda do Tambor de Crioula e Casa do Coreiro do Maranhão.