Dia Mundial do Diabetes alerta sobre o impacto da pandemia na vida de 16 milhões de pacientes

Criado em 1991 pela International Diabetes Federation (IDF) em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Dia Mundial do Diabetes é promovido no dia 14 de novembro para conscientizar a sociedade e reforçar sobre a importância da prevenção e tratamento da doença, que atinge 16 milhões de brasileiros, segundo dados da OMS. No mundo, esse número salta para 463 milhões de pessoas, de acordo com a própria International Diabetes Federation.

Os números assustam, mas são importantes para avaliar o tamanho do desafio para combater esse problema que é global. Um fator torna a situação ainda mais agravante: a pandemia do coronavírus. Em função desse cenário de incertezas pelo qual o mundo continua passando, a população precisou se adaptar a diversas situações que antes não faziam parte da rotina, além do desencadeamento de emoções e sentimentos aflorados.

A pandemia impactou diretamente os pacientes, pois tiveram seus hábitos alterados no que diz respeito ao padrão de alimentação, já que muitas pessoas saíram da dieta e, com isso, aumentaram a ingestão de alimentos; prática de atividades físicas – houve a diminuição em decorrência do distanciamento social; controle da doença – muitos pacientes deixaram o monitoramento da glicose um pouco de lado em função de stress ou alteração em seus hábitos; e acesso aos serviços de saúde – houve o cancelamento ou adiamento das consultas para evitar a proliferação do coronavírus.

O diabetes é um dos desafios de saúde que mais cresce neste século. De acordo a International Diabetes Federation, a estimativa é que, em 2030, 578 milhões de pessoas serão diabéticos. Outro dado alarmante é que mais de 1 milhão de crianças e adolescentes com menos de 20 anos têm diabetes tipo 1.

Mas, afinal, o que é diabetes?

A doutora Anelize Cardoso Terra, endocrinologista do HSANP, explica que é uma enfermidade crônica que ocorre quando o pâncreas não consegue produzir insulina ou quando o corpo não consegue usar adequadamente a insulina produzida, que é o hormônio responsável por regular a glicose no sangue e garantir energia para o organismo.

Existem três tipos principais:

– Diabetes tipo 1: É causado por uma reação autoimune no qual o sistema imunológico do corpo ataca as células beta do pâncreas que produzem insulina, fazendo com que as células produtoras do hormônio percam sua capacidade de produção. Geralmente, se manifesta na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.

– Diabetes tipo 2: É o tipo mais comum, que atinge cerca de 90% das pessoas. É caracterizado quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz ou pela produção insuficiente da insulina pelo pâncreas para controlar a taxa de glicemia, fazendo com que o nível de glicose no sangue se mantenha elevado. A enfermidade se manifesta com mais frequência em adultos.

– Diabetes gestacional: A mulher apresenta altos níveis de glicose no sangue, que ocorre em função das mudanças hormonais no organismo durante a gravidez. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes verifique, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância à glicose.

Sintomas

“Os principais sintomas incluem sede ou micção em excesso, fadiga e perda de peso. No tipo 1 também pode ocorrer dor de cabeça, náusea, ritmo cardíaco acelerado, sonolência e fraqueza. Já no tipo 2, o paciente não apresenta sintomas inicialmente, mas é possível identificar por meio de algumas observações como: infecções frequentes, feridas que demoram para cicatrizar, formigamento nos pés, furúnculos e alteração na visão”, explica a doutora.

Fatores de risco

Qualquer pessoa pode desenvolver, contudo, diversos fatores contribuem para o aparecimento dessa enfermidade: histórico familiar, hipertensão, obesidade ou sobrepeso, pré-diabetes, sedentarismo, baixos níveis de colesterol HDL, triglicerídeos elevados, consumo elevado de álcool, doenças renais crônicas, apneia do sono e ovário policístico.

Prevenção

Doutora Anelize enfatiza que a adoção de medidas para uma vida saudável é a melhor forma e de prevenção. “É importante seguir uma dieta balanceada para ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue, o colesterol, a pressão arterial e o peso, que são fatores de risco. A alimentação aliada à pratica de atividades físicas resultam em pressão arterial equilibrada, melhoram os níveis de lipídeos no sangue e a saúde dos vasos sanguíneos. Por fim, se for consumir bebida alcóolica, que seja sempre de forma moderada e acompanhada por um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia”, conclui.