Dia do Trabalho: Governo do Maranhão incentiva a inclusão de mulheres no mercado de trabalho
O Ministério do Trabalho no Brasil aponta o crescimento da ocupação feminina em postos formais de trabalho de 40,8% em 2007 para 44% em 2016. Apesar do avanço, o dado não condiz com o percentual de mulheres na população brasileira. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas já são maioria, com 51,03%.
Mas as estatísticas são apenas um ingrediente dessa questão complexa que envolve, também, a desigualdade em relação à remuneração recebida (mulheres estudam mais e ganham menos), ocupação de somente 45% dos cargos de liderança e a dupla jornada. Atento a essa questão, o Governo do Maranhão, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), tem buscado apoiar iniciativas que contribuam, positivamente, com essa realidade.
Uma dessas ações é a subvenção econômica à empresa “Ela Faz Tecnologia Social”, por meio do Programa Tecnova/MA – Apoio à Inovação Tecnológico em Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, desenvolvido em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP). Como resultado da ação, mil mulheres foram capacitadas na área da construção civil, em dois anos, com percentual de 60% de inserção no mercado de trabalho e incremento de 200% na renda.
“Para ao Governo do Maranhão é uma satisfação muito grande apoiar esse projeto de empreendedorismo de impacto social”, destaca o presidente da Fapema, Nordman Wall. Ele pontou ainda que esta é apenas uma das muitas empresas apoiadas por meio da parceria do Governo do Estado, via Fundação, e o Governo Federal.
“Por orientação do governador Carlos Brandão temos buscando novas parcerias para que mais empresas recebam apoio e possam gerar mais emprego e renda para a população. Estamos felizes em contribuindo para a inserção de trabalhadores no mercado e de ver mais mulheres conquistando esses espaços”, frisou Nordman Wall.
Inovação e competitividade
O objetivo da iniciativa é promover a inovação e o incremento da competitividade de empresas maranhenses com projetos que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado.
“Ela Faz Tecnologia” é uma empresa de impacto social que realiza recrutamento, seleção, qualificação e inclusão de mulheres em situação de vulnerabilidade social no mercado de trabalho. Ela promove estudos nas comunidades, levantando dados sobre mulheres e direcionando a criação de cursos que atendam às necessidades específicas desses grupos.
Na forma a distância, presencial ou híbrido, os cursos profissionalizantes (que podem ser financiados com parcelas acessíveis) são voltados também para corresponder às demandas operacionais do mercado, como pedreira, eletricista, soldadora, mecânica, pintora. A empresa também constituiu uma rede de parceiros que conta com pessoas físicas e jurídicas para a contratação da mão de obra feminina.
Rosilda da Silva, que já exerceu a profissão de técnica de Enfermagem, migrou para a área de construção civil, com o curso realizado na startup apoiada pelo Governo do Maranhão. “A mulher pode fazer o que ela quiser”, sintetiza. “Sou mãe, sou avó e hoje sou pedreira de assentamento, pois a gente tem que ter essa liberdade”, complementa. Ela agora realiza preparo do solo, faz o assentamento e alinhamento de blocos.
“Eu me encontrei, graças a Deus”, afirma Maria Vilma que também ingressou na área da construção civil. “No momento mais difícil da minha vida, eu conheci a Ela Faz e, agora, eu vou além”, destacou. “Como mulher, a gente pode, a gente consegue”, sintetiza Helenice Nogueira, pedreira.
A ideia foi concebida em 2020, no cenário da pandemia. “Nós percebemos a necessidade de capacitar mulheres, para que pudéssemos fazer a intermediação da sua mão de obra pra o mercado de trabalho”, explica Lívia Viana, administradora, engenheira civil e diretora executiva da Ela Faz. “Constatamos que havia várias mulheres buscando qualificação nessa área para melhorar a sua qualidade de vida em suas próprias casas e para ofertar a sua mão de obra ao mercado, com obtenção de renda”, complementa.
O projeto está incubado na empresa Predimix, no distrito industrial de São Luís, onde atua na produção de artefatos de concreto. “Colocamos esse projeto dentro da construção civil para que ele tivesse maior oportunidade e atingisse maiores mercados, clientes, para que se pudesse faturar e existir de fato, com entrega de resultados”, explica Lívia Viana.
De acordo com Lívia, os cursos são ofertados, também, nos bairros com apoio das lideranças comunitárias. A startup utiliza como indicadores de sucesso o quantitativo de qualificação, inserção no mercado de trabalho e o aumento da renda das mulheres. “Vamos incluir além da construção civil, a economia circular e o meio ambiente nos próximos cursos”, afirma. Segundo ela, cerca de mil mulheres já foram qualificadas por meio de cursos e oficinas, na faixa etária entre 18 e 53 amos, nos bairros dos Coroadinho, Vila Maranhão, Itaqui Bacanga e Ribamar. Mas a meta é atingir 5 mil mulheres até o final do ano.
“A participação da Fapema foi super importante, porque trouxe força, segurança e coragem para que a gente pudesse empreender, principalmente naquele cenário incerto da pandemia”, avalia Lívia Viana. “Ela comprou conosco a ideia de arriscarmos nesse projeto e tem dado super certo”, complementa. “Com a graça de Deus, a gente tem conseguido avançar e ainda é super importante estar no Tecnova na Fapema”, afirma.
Muito já foi alcançado, mas a meta é chegar ainda mais longe. “A gente quer mais, a nossa visão de futuro é estar no Brasil inteiro, impactando e mudando o mundo, mudando o cenário para ele se tornar mais diverso, mais inclusivo, com paridade para que todos e todas tenham oportunidade no mercado de trabalho de forma igualitária”, conclui.