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Delegada Kazumi Tanaka destaca plantão 24 horas para registro de violência contra a mulher

A delegada Kazumi Tanaka, coordenadora das Delegacias da Mulher no Maranhão, em entrevista ao programa ‘Diário da Manhã’, da Rádio Assembleia (96,9 FM), nesta terça-feira (10), destacou a importância do plantão 24 horas da delegacia instalada na Casa da Mulher Brasileira. Ela ressaltou que no local também são disponibilizados serviços da Defensoria Pública, Tribunal de Justiça, Ministério Público e outros, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Mulher (Semu).

Na conversa com a radialista Marina Sousa, detalhou o enfrentamento da violência doméstica, ressaltando que o maior número de casos registrados é aos domingos e feriados. Também abordou como funciona a rede de atendimento existente no Maranhão, com cerca de 20 Delegacias Especiais da Mulher.

A delegada informou que os canais de atendimento foram criados para facilitar o acesso à denúncia, como o aplicativo Salve Maria Maranhão e a Delegacia Online.

“Agora, nos feriados e finais de semana, as mulheres de toda a Ilha, podem procurar atendimento nesta delegacia, já que o maior número de casos de violência doméstica acontece aos domingos e feriados. Sabemos que a maioria das mulheres assassinadas não buscaram a proteção do Estado, não tinham Boletim de Ocorrência ou medidas protetivas, ficando claro que ela não se cale, que peça apoio”, recomendou.

Kazumi Tanaka afirmou, ainda, que os números de crimes desta natureza continuam grande no estado, sendo registrados 165 casos de violência contra a mulher, com 57 feminicídios; e também detalhou que as mulheres podem enfrentar diferentes tipos de violência, incluindo a física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

De acordo com a delegada, a mulher precisa perceber que está sendo vítima de violência logo nos primeiros sinais, ressaltando que essa é uma das etapas mais difíceis do processo. “São xingamentos, ameaças de agressão e de morte. Há mulheres, inclusive, que nunca chegam a vivenciar a manifestação da violência física, mas é preciso compreender que o que ela vive não é algo normal, e que pode ficar cada vez pior”, alertou.

Ainda segundo a delegada, a maioria das vezes a violência se forma dentro das próprias famílias e que dos estupros praticados no Brasil, 70% ocorrem dentro de casa e contra meninas de menos de 13 anos de idade.