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Circuito “Vem pro Centro” apresenta show de ritmos maranhenses em temporada pré-carnavalesca

O circuito “Vem pro Centro”, do Governo do Estado, levou para as ruas coloniais de São Luís um espetáculo de ritmos, nesse sábado, 8. Com irreverência, turistas e moradores movimentaram o percurso entre os cinco polos culturais que estão espalhados pelo Centro Histórico, ao som de blocos tradicionais, grupos de tambor de crioula, reggae e outras atrações que dão à festa características únicas.

A maranhense Joyce Marques aproveitou a programação do Palco Patativa em família. “Acho que essa é uma grande contribuição para a nossa cultura. Além de ser um espaço de lazer e diversão em que podemos extravasar”, citou.

Sônia Scheidt, que mora na cidade de Toledo, no Paraná, fica surpresa a cada vinda ao estado. “A cultura aqui é maravilhosa. E agora dei a sorte de chegar aqui no período do Carnaval. Estou amando”, frisou.

Para o professor Júnior Jacaré, fundador do Bloco do Jacaré, que existe há 25 anos, as prévias são oportunidades de valorização do talento local. “Carnaval é isso; brincar, curtir, vibrar. Esse evento só fortalece a nossa cultura e mostra a importância dos blocos que mantêm essa tradição viva”.

Além das saudosas marchinhas do Bloco do Jacaré, grupos como Samba de Mina, Vamu de Samba, Vanda Silva, Argumento e Bicho Terra animaram o público formado por gente de todas as idades e famílias inteiras dispostas a brincar pelas ladeiras e praças do Centro da cidade.

O Bicho Terra foi um dos destaques do sábado, com a animação característica do grupo. O produtor cultural, cantor e compositor José Pereira Godão exaltou a diversidade do Pré-Carnaval maranhense. “Vem todo Brasil para o Maranhão para ver um Carnaval de diversidade, tradicional, pop, brasileiro em todas as formas possíveis. Esse equilíbrio faz a diferença, essa é a nossa magia. É festa para todo mundo. Parabéns ao governador Carlos Brandão. Vamos lá, mais força para a cultura popular maranhense”.

O secretário de Estado da Cultura, Yuri Arruda, destacou a grandiosidade de levar a multidão para um lugar tão significativo. “Estamos aqui nesse lindo circuito que o nosso governador Carlos Brandão trouxe este ano. O Centro Histórico está pulsando com nossa cultura, nossa identidade, nossas raízes. Esse é o Carnaval do Maranhão, o melhor carnaval do Brasil”, disse.

Na Praça da Fé, o Polo Joãozinho Trinta foi o ponto de encontro de tribos de índios, blocos afro e escolas de samba. Para o presidente do Bloco Afro Abiyéyé Maylô, Babalorixá Airton de Ogum, vale a pena avivar as tradições. “Estamos há 15 anos resistindo e levando a cultura afro para as ruas. Somos da Liberdade, o maior quilombo urbano negro. O Carnaval é uma grande oportunidade de mostrar nossas raízes, riquezas, roupas, reis, rainhas e orixás, honrando nossa matriz africana”, celebrou.

Quem curte um bloquinho de rua cheio de ousadia encontrou no Polo Catarina Mina o lugar certo. O palco reuniu alguns dos blocos mais emblemáticos da cidade, como Bicicletinha do Samba, Encanto da Natureza, Arrependidos, Gigolô Folia, Pau te Acha e 100 Limite.

Com uma fantasia combinada, o consultor de vendas Vagner Vieira e o operador portuário Marcelo Veiga atraíram olhares.

“Hoje eu botei na cabeça que eu vinha bem discreto. Aqui é só criatividade. Só brincar Carnaval”, brincou Vagner. “É maravilhoso a gente poder sair em segurança, brincar, se divertir, voltar pra casa, e é o ápice da felicidade ver nossa cidade bonita e enfeitada com o pessoal animado nas ruas”, acrescentou Marcelo.

A pedagoga Alice Nascimento levou a família para aproveitar a festa e falou sobre a energia única do Centro Histórico nessa época.

“Eu amo São Luís, e estar aqui no Centro me energiza. O Carnaval é um momento especial, de reviver memórias e criar novas. Trouxe meus pais que são idosos para ver os bloquinhos,”, pontuou.

O reggae, outro ritmo que também está presente na alma do maranhense, tem um espaço exclusivo no Polo Nega Glícia. Para Ademar Danilo, diretor do Museu do Reggae do Maranhão, essa valorização é fundamental. “O Maranhão tem uma diversidade cultural imensa. No Carnaval, temos tambor de crioula, samba, bloco tradicional e, claro, o reggae, mostrando a força da Jamaica brasileira. Essa promoção do Governo do Estado e da Secma coloca o reggae no lugar de destaque que ele merece.”

A maranhense Bernadete Silva compartilhou a experiência de curtir o Pré-Carnaval ao som das “pedras”.

“Para quem gosta, não é novidade, mas para quem não conhecia, é uma novidade boa. A divisão dos espaços foi maravilhosa, uma sacada genial. Está atraindo pessoas de fora e até gente da cidade que antes nem curtia o Carnaval. E o reggae? Esse não pode sair nunca. Faz parte da nossa cultura. Quando não tem reggae, não é Carnaval”, confessou a professora Bernadete.

Enquanto os brincantes aproveitavam a festa, Betinalva de Araújo, do quilombo de Quartéis, em Icatu, expôs a arte feita com fibra da bananeira. “Nós trabalhamos com a fibra da bananeira, que antes era jogada fora. Hoje, a gente aproveita tudo e transforma em peças lindas. Tem porta-joias, cestas, cachepôs, até sandálias personalizadas. É uma arte sustentável e eu sou apaixonada pelo que faço,”, frisou

A artesã faz parte do grupo de aproximadamente 20 pessoas que está na Praça Nauro Machado pelo Projeto Vila Arte, do Centro de Comercialização de Produtos Artesanais (Ceprama), com uma ampla variedade de produtos feitos a mão, alguns de temática carnavalesca.

Para que todo mundo pudesse curtir ou trabalhar com segurança, a Polícia Militar montou uma operação especial para o evento, com 200 policiais distribuídos pelo circuito. Além disso, o Centro Tático Aéreo (CTA) reforçou o patrulhamento aéreo, e o Ciops monitorou tudo por câmeras de segurança.