Cidades na Europa restringem a entrada de carros nos bairros residenciais

A diminuição da circulação de automóveis em áreas residenciais tem sido uma medida comumente adotada em diversos países. Essa prática reduz o impacto ambiental e altera significativamente o bem-estar da população, diminuindo ruídos e fazendo alterações no espaço. As vias são restritas através de  barreiras, como floreiras, postes, etc. Nesse cenário, a Europa sai na frente ao estimular um número cada vez maior de pessoas e adquirirem outro meio de se locomover. 

Além da questão ambiental, os bairros de baixo tráfego corroboram para transformar a comunidade em um lugar mais seguro, orgânico e atrativo para os moradores. Nesses bairros, apenas a entrada e saída de veículos de residentes, serviços de emergência e entregas de serviço são permitidos em circulação. 

Ao retirar os carros do espaço comum e público, as pessoas passam a ter maior segurança ao se locomover, além de promover uma inclusão de pessoas mais velhas no cenário do bairro, afinal, esses cidadãos passam a se sentir mais confortáveis convivendo com os vizinhos e estando perto da comunidade.

O benefício da restrição vai além da locomoção, desde a década de 1970, os cientistas estudam a associação de ruídos altos com problemas no coração, no entanto, as pesquisas ainda eram escassas. Com o passar dos anos e o desenvolvimento da tecnologia, essa relação ficou mais evidente. A revista científica Nature avaliou o impacto dos ruídos na saúde cardiovascular e confirmou que o excesso de barulho durante a noite causa alterações no sono, como fragmentação, e  níveis mais altos de estresse em função das desregulações dos hormônios. 

Ademais, é comum notar uma melhora no espaço urbano em bairros e cidades que adotam essa prática — que é também conhecida pela sigla LTN (Low Traffic Neighbourhood) — bancos de vegetação, calçadas mais espaçadas, entre outras melhorias são observadas. Em 2020, em Londres, na Inglaterra, os LTNs ganharam força com a alteração da rotina dos indivíduos em função da pandemia. O relatório do Centre for London destacou que ao incentivar os moradores a optarem por meios de locomoção mais sustentáveis, a comunicação entre residentes e administrações municipais precisou ser mais intensa, bem como a fomentação de projetos verdes para a cidade como caminhada e ciclismo, controle de estacionamentos, financiamento para deixar as ruas mais bonitas, entre outros. 

Uma outra pesquisa do Street Shift: The Future of Low-Traffic Neighbourhoods (Mudança de Rua: o Futuro dos Bairros de Baixo Tráfego), do Centre for London, divulgada em junho, demonstrou que 47% dos moradores da capital da Inglaterra apoiam esse tipo de comunidade, 16% se opõem a elas e 37% não tem uma opinião sobre o assunto ou o desconhece. 

Ainda que os LTNs não sejam a maioria no Brasil, é certo que isso não aponta para um cenário negativo. Cada vez mais as práticas adotadas por outros países estão mais próximas e viáveis para os brasileiros. Muitas pessoas se perguntam o que é  home equity, por exemplo, que também ainda não é muito difundido, mas trata-se de um modo de empréstimo cuja garantia possibilita juros menores e a possibilidade de pagamento em maior prazo, posto que a garantia do bem diminui os riscos de não pagamento do empréstimo.