Campanha chama atenção para diagnóstico da Mielofibrose; considerada câncer raro, doença pode causar Leucemia
A Mielofibrose, tipo raro de câncer no sangue, acomete até 1,5 a cada 100 mil pessoas por ano no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale)1. Com o objetivo de conscientizar sobre o diagnóstico da doença, que normalmente ainda demora a ser feito, a Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) lança a campanha “Essa pessoa pode ser rara”.
A suspeita diagnóstica ocorre a partir do exame físico, quando há sintomas como o aumento do baço (esplenomegalia) e emagrecimento, além de queixas de fadiga, sudorese noturna, febre, entre outros. Mas, segundo explica o Dr. Renato Sampaio Tavares, coordenador do Comitê de Doenças Mieloproliferativas Crônicas da ABHH, é preciso afastar o diagnóstico de outras síndromes com os mesmos sinais, motivo que leva os pacientes a buscarem médicos de diversas especialidades, antes de chegar ao hematologista, responsável pelo diagnóstico conclusivo.
“É necessário confirmar seu diagnóstico, embora não tenha nenhum marcador específico para a Mielofibrose. São necessários a realização da análise de biópsia da medula óssea e de testes moleculares, segundo critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, detalha Tavares.
A campanha tem apoio educacional da Novartis, grupo farmacêutico engajado na divulgação de informações científicas sobre a Mielofibrose. Segundo o presidente da ABHH, Dr. Dante Langhi Jr., a parceria visa somar esforços para chegar até hematologistas e demais especialidades, como geriatras, cardiologistas, clínicos e ginecologistas, fortalecendo a importância de um diagnóstico precoce da doença.
“Boa parte dos casos ainda demora para ter um resultado conclusivo. Por isso, esse projeto conjunto se faz relevante”, diz Langhi Jr. Dados da Abrale evidenciam que 32% das pessoas levaram mais de dois anos para serem diagnosticadas e 67% passaram por dois especialistas antes do resultado final2.
#PodeSerMielofribrose – é a hashatag da campanha, que acontece até fevereiro de 2021, nas redes sociais da ABHH e em consultórios médicos do país. A fibrose da medula óssea (região no meio dos ossos longos do corpo, como da bacia) é a marca registrada da doença, que faz com que sejam produzidas células sanguíneas anormais em maior quantidade. Com o passar do tempo, essa fibrose substitui o tecido medular normal, levando a baixas contagens das células sanguíneas normais e contribuindo para o significativo desenvolvimento clínico.
Acometendo pessoas idosas (a média de idade é de 67 anos), a Mielofibrose é tratada com o uso de determinados medicamentos, parte deles disponíveis na rede pública de saúde, e pode ser curada apenas com o transplante de medula óssea. Se não diagnosticada e tratada a tempo, pode evoluir para leucemia mieloide aguda, doença grave, com sobrevida média de três meses, segundo pesquisas recentes3.
APP – Além da ação nas redes sociais e consultórios, também deverá ser lançado em breve um aplicativo para Smartphone, com um quiz, de modo a chamar a atenção dos médicos especialistas para o diagnóstico da doença. Baixe as peças da campanha e saiba outras informações sobre a Mielofibrose, acessando: www.podesermielofibrose.com.br.
Sobre a ABHH: A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) é uma associação privada para fins não econômicos, de caráter científico, social e cultural. A instituição congrega médicos e demais profissionais interessados na prática hematológica e hemoterápica de todo o Brasil. Hoje, a instituição conta com mais de cinco mil associados.