Boa notícia: casos de AIDS no Maranhão caem mais de 70% em dez anos
Uma notícia para se comemorar no Dia Mundial de Luta Contra a AIDS: o número de casos da doença no Maranhão caiu 71,3% nos últimos dez anos. O dado é do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, que reúne dados sobre doenças de notificação obrigatória em todo o país. Em 2011, de acordo com o Sinan, foram notificados 1.254 casos de infecção pelo vírus HIV em todo o Estado. Este ano, por sua vez, foram 359.
A infectologista do Hapvida Saúde, Mônica Gama, é otimista em falar dos avanços registrados no combate à doença. “Grandes avanços têm sido registrados nos últimos anos no combate ao HIV, inclusive no aumento da expectativa de vida das pessoas infectadas. Alguns estudos também permitem vislumbrar essa infecção como algo não só tratável, como também com possibilidades reais de cura”, comemorou.
O acesso universal aos medicamentos – hoje oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde – é outro fator que contribui para o sucesso dos tratamentos disponíveis. O SUS disponibiliza, sem custo, medicamentos, testagem, exame de carga viral e preservativos. Atualmente, o Brasil é o único país da América Latina a disponibilizar gratuitamente a profilaxia pré-exposição (PrEP), nos casos em que há probabilidade de a pessoa ter tido contato com o vírus.
Alerta
Há, porém, um sinal de alerta. De acordo com as estatísticas, o público adolescente e jovem tem sido o mais propício a contrair o vírus. De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade das novas infecções por HIV hoje ocorrem entre jovens de 15 a 24 anos de idade. “O uso de preservativos vem caindo, principalmente entre os jovens. Por isso, é muito importante falar sobre prevenção com este grupo”, pontuou Mônica Gama.
As principais formas de contágio pelo vírus HIV são situações que envolvam penetração sexual sem preservativo e uso de drogas injetáveis. Pessoas que têm parceiros nessas situações também estão sujeitas ao contágio. A infectologista alerta também que o vírus não se transmite por suor, abraço, saliva ou uso coletivo de banheiros, toalhas e sabonetes.
Mônica pontua ainda os sinais de alerta para a infecção pelo vírus. “A pessoa deve procurar um médico e avaliar a necessidade de testagem se apresentar sintomas como feridas na boca, diarreia que não melhora, febre, tosse prolongada ou cansaço. Quanto mais precoce o diagnóstico for, mais rapidamente a doença poderá ser controlada e a pessoa poderá manter a sua vida sem restrições”, concluiu.
Saiba mais
Aids é a sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Considerada uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), o vírus da AIDS ataca o sistema imunológico, que é o responsável por fazer com que o organismo se defenda de doenças. Com isso, o corpo humano fica vulnerável. Em todo o Brasil, 13.501 casos de contaminação pelo vírus HIV foram notificados ao Ministério da Saúde em 2021.