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Beber café muito quente aumenta riscos de desenvolver câncer: mito ou verdade?

Expresso, capuccino, com leite ou puro: como resistir a essa delícia? O prazer de degustar um cafezinho conquista cada vez mais adeptos. Não é à toa que o Brasil ocupa o quinto lugar como maior produtor de grãos de café no mundo e a primeira posição em consumo, com 35% do total mundial. Mas é preciso ficar atento à temperatura da sua bebida: se consumido em temperaturas muito elevadas, especialistas alertam que o cafezinho pode oferecer riscos à saúde. 

A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que o consumo de bebidas acima de 65 graus foi classificado como “provavelmente carcinogênico para humanos”, isto é, com possível risco de causar câncer. A pesquisa reuniu um grupo de trabalho de 23 pesquisadores de 16 países e teve como base mais de mil estudos observacionais e experimentais.

“As bebidas com temperaturas muito quentes lesam a mucosa da boca, esôfago e estômago, podendo causar mucosites severas, úlceras e até mesmo câncer de esôfago”, explica a oncologista do Hapvida NDI, Adriana Batista.

Ainda de acordo com a especialista, alguns sintomas podem ser sinal de alerta como, por exemplo, dor local, aftas que não cicatrizam e dor ao engolir.

Adriana reforça também que esse risco de câncer no esófago pode aumentar em pessoas fumantes ou que fazem uso contínuo de bebidas alcoólicas. “Sabemos que os principais vilões causadores dos cânceres de cabeça e pescoço, esôfago, entre outros, são o cigarro e as bebidas alcoólicas. Este risco aumenta de acordo com a predisposição do paciente e o hábito de tomar bebidas em temperaturas muito altas. 

Ou seja: da próxima vez que pedir um cafezinho, melhor deixar esfriar um pouco antes do primeiro gole. “A orientação é que pacientes evitem bebidas em temperaturas muito altas como café, chás e chimarrão”, finaliza.