Baixa imunização vacinal pode provocar aumento de doenças
Dados do Ministério da Saúde revela que o Brasil tem registrado uma redução nas coberturas vacinais, no caso de crianças, para enfermidades já erradicadas. A imunização é a principal estratégia de prevenção de doenças e agravos, com a redução da mortalidade de doenças como a poliomielite, varíola, sarampo, caxumba, febre amarela e coqueluche, que são preveníveis pelas vacinas.
Segundo João Gregório Neto, professor do curso de Enfermagem da Faculdade Santa Marcelina, enfermeiro e analista de saúde do Programa Municipal de Imunizações da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, com o advento da primeira vacina, da varíola, desde o século XVIII, observamos o aumento da estimativa de vida da população mundial, além da melhoria da qualidade de vida, principalmente nos países em desenvolvimento. “No Brasil, a vacinação é uma estratégia pública e de saúde, antes mesmo do Sistema Único de Saúde (SUS). O Programa Nacional de Imunizações é um dos principais serviços de vacinação do mundo, oferecendo proteção contra mais de 19 doenças, resultando a erradicação e na redução drásticas de várias doenças”, explica.
A seguir, o especialista fala do impacto na saúde pública com a diminuição da cobertura vacinal.
Qual a importância da imunização na saúde pública?
Infelizmente acompanhamos a diminuição da cobertura vacinal no Brasil e no mundo. A imunização adequada é de 95%, para as vacinas de rotina em crianças, porém não é o que observamos no Brasil, como exemplo, a vacina da poliomielite, que no ano de 2021 a cobertura foi de 66,6% e no município de São Paulo foi 78,0%. Outro exemplo, é a vacina contra o Sarampo, que no Brasil a cobertura em 2021 foi de 81,5% e no município de São Paulo foi de 83,2%, em geral a média da cobertura das vacinas de rotina em 2022, no município de São Paulo, é de 78%. Os dados são preocupantes e acende um alerta para o reaparecimento de doenças já erradicadas como a poliomielite ou o aumento de doenças controladas como o Sarampo, caxumba, tétano, meningites e outras. Além das vacinas de rotina temos a vacinação contra a Covid19, que neste momento o que preocupa é a cobertura em crianças, que está em torno de 66,2%.
Quais as causas da diminuição da cobertura vacinal?
As causas para a diminuição da cobertura vacinal são inúmeras, como informações que as vacinas são ineficazes e com diversas reações adversas, mas a principal é o movimento antivacina, que se fortaleceu na Europa e América Central na década de 80, com algumas informações falsas em relação as vacinas e atualmente observamos o que chamamos de hesitação vacinal, que é a escolha das vacinas. Acompanhamos isso nas unidades de saúde, em que o responsável pela criança quer escolher qual vacina deve ser aplicada. Temos um desafio para mudar este cenário.
Quais ações de conscientização estão sendo realizadas?
São realizadas diversas ações no município de São Paulo, como a ampliação dos horários das unidades de saúde; abertura das unidades aos sábados; criação de locais de vacinação fora das unidades de saúde, como em parques, inclusive vacinação aos domingos; capacitação permanente dos profissionais da saúde; melhorias dos sistemas de informação; publicidade efetiva em relação a importância da vacinação. Mas vejo que necessitamos de uma atuação mais efetiva do Ministério da Saúde, principalmente, em relação a publicidade positiva sobre as vacinas e maior envolvimento nas Campanhas de Vacinação.
Há bloqueio de transmissão de doenças pela vacinação?
Sim, por exemplo, quando se tem um caso de Sarampo em uma determinada localidade, a vigilância epidemiologia, juntamente com a unidade de saúde intensificam a ação de vacinação no local. Sendo assim, destaco a importância de notificar as doenças imediatamente, para que a ação de vacinação aconteça o quanto antes. Além disso, temos a Campanha de Vacinação contra a Influenza, que acontece anualmente nos meses que antecedem o inverno, a Campanha contra a Covid19, na qual ainda estamos passando pela pandemia, o que demostra a importância da vacinação de reforço e revela que a vacinação é a principal ação de prevenção coletiva, pois a partir do momento que a população foi vacinada observamos a diminuição da doença e da mortalidade.
Sobre a Faculdade Santa Marcelina
A Faculdade Santa Marcelina é uma instituição mantida pela Associação Santa Marcelina – ASM, fundada em 1º de janeiro de 1915 como entidade filantrópica. Desde o início, os princípios de orientação, formação e educação da juventude foram os alicerces do trabalho das Irmãs Marcelinas. Em São Paulo, as unidades de ensino superior iniciaram seus trabalhos nos bairros de Perdizes, em 1929, e Itaquera, em 1999. Para os estudantes é oferecida toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento intelectual e social, formando profissionais em cursos de Graduação e Pós-Graduação (Lato Sensu). Na unidade Perdizes os cursos oferecidos são: Música, Licenciatura em Música, Artes Visuais, Licenciatura em Artes Plásticas e Moda. Já na unidade Itaquera são oferecidas graduações em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia, Medicina, Nutrição, Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Estética e Cosmética.