Saúde

Ambulatório do HU-UFMA acolhe pacientes com Fibrose Cística

São Luís (MA) – A fibrose cística tem a hereditariedade como principal fator, afeta principalmente o pulmão e o pâncreas dos pacientes, levando-os à insuficiência respiratória, dificuldade na digestão dos alimentos e grande perda de sais minerais. Em termos práticos, causa acúmulo de muco espesso e pegajoso que pode levar a infeções respiratórias graves e outros problemas.

A mucoviscidose, em linguagem técnica dos especialistas, abarca um amplo conjunto de sintomas responsáveis por determinar várias dificuldades na vida dos seus portadores. Os sintomas clássicos são: tosse crónica com secreção, infecções respiratórias de repetição, diarreia com gordura, dificuldade em ganhar peso, muco espesso e pegajoso nos pulmões, perda de peso, desnutrição progressiva, sinusite crónica, formação de pólipos nasais, doença hepática (cirrose biliar), diabetes, infecções respiratórias e infertilidade.

Pacientes contam com ambulatório específico no Hospital Universitário do Maranhão

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA/Ebserh), conta com o ambulatório de fibrose cística para paciente adulto. A estrutura, ainda inicial, atende dois pacientes que já estão usando a terapia tripla e pacientes de transição (adolescentes). O serviço conta com a participação de alunos de Medicina e de Enfermagem da UFMA.

“No Maranhão, ainda não tínhamos ambulatório específico de fibrose cística em adultos, contávamos somente com o Ambulatório de Pneumopediatria, com atendimentos voltados para crianças, adolescentes e adultos jovens. Quando estes pacientes entravam na vida adulta, seguiam sendo atendidos no Ambulatório de Pneumologia geral”, explicou a coordenadora do ambulatório e professora de Pneumologia, Byanka Teles. Estes pacientes, segundo a especialista, devem ser atendidos separadamente, pois a consulta demanda mais tempo e maior atenção devido à particularidade dos casos.

Tratamento da Fibrose Cística no HU-UFMA/Ebserh

Paciente em transição refere-se à mudança de cuidados pediátricos para cuidados de adultos, um processo importante na gestão de doenças crônicas como a fibrose cística. Os desafios desta fase incluem a adaptação à maior autonomia na gestão da doença e a necessidade de coordenação entre médicos especialistas em fibrose cística pediátrica e de adultos. Nesse momento, acontece a introdução da terapia tripla.

O nome, por si, demostra a sua forma de atuação: Combina três medicamentos: elexacaftor, tezacaftor e ivacaftor, cada um deles atua de maneira diferente para corrigir o defeito causado por mutações no gene. A terapia tripla tem revolucionado o cuidado de pacientes com fibrose cística, particularmente aqueles com determinadas mutações no gene CFTR. Melhoria da função pulmonar, diminuição das exacerbações pulmonares, aumento da qualidade de vida e redução das hospitalizações e dos antibióticos são resultados almejados com a terapia tripla.

A partir desses procedimentos, pacientes atendidos pelo ambulatório do HU-UFMA/Ebserh são orientados a incluir uma hidratação abundante, realizar a reposição de sódio e das vitaminas lipossolúveis A, D, E, K, frequentar o serviço de fisioterapia, além do tratamento medicamentoso para repor enzimas pancreáticas e fluidificar o muco respiratório. Ao estabilizar a saúde, muitos pacientes são beneficiados com uma maior independência em seu dia a dia.

Sobre a Ebserh 

O Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA) faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.