Além do outubro rosa: você já ouviu falar em Síndrome do Ovário Policístico?

Larissa Manoela não é exceção. Segundo a Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia, a condição tem se destacado como uma das desordens endócrinas mais comuns na idade reprodutiva, com prevalência que varia entre 6% e 10% do público feminino.

A ginecologista do Hapvida NDI, Mayara Fernanda Gomes Melo, explica que a Síndrome do Ovário Policístico, também conhecida pela sigla SOP, é um distúrbio endócrino que provoca alteração dos níveis hormonais, levando à formação de cistos nos ovários e fazendo com que eles aumentem de tamanho.

Segundo a especialista, a causa da doença ainda não foi totalmente esclarecida. “A hipótese é que ela tenha uma origem genética. Estudos também indicam uma possível ligação entre a doença e a resistência à ação da insulina no organismo, gerando um aumento do hormônio na corrente sanguínea que provocaria o desequilíbrio hormonal”, analisa.

Apesar do motivo da síndrome não ser ser conhecido em sua totalidade, os sintomas são bem  familiares aos profissionais. Segundo Mayara, um sinal importante são as alterações menstruais em geral. A menstruação pode ser espaçada, ocorrendo poucas vezes por ano, mas também pode ser mais intensa que o normal ou até nem ocorrer. Outro ponto de atenção é o hirsutismo, que é o aumento dos pelos no rosto, seios e abdômen. Mulheres com SOP também possuem tendência à obesidade, sendo que o ganho de peso piora a síndrome; e acne, não só no rosto, mas nas costas e no colo, provocada pela maior produção de material sebáceo.

A especialista explica, ainda, que há diferença entre cisto no ovário e SOP. “No caso do cisto no ovário, o diagnóstico é via ultrassom e exames de imagem. Já a síndrome é algo mais complexo, que é percebido com a junção de vários sinais e sintomas. Esse diagnóstico, além dos exames de imagem, requer também exames laboratoriais”, explica.

Tem tratamento?

A especialista afirma que a Síndrome de Ovário Policístico tem tratamento e as mulheres que possuem tal condição precisam, pelo menos, de seis em seis meses, voltar ao médico, realizando consultas regulares. “Mulheres de 15 ou 16 anos, obesas, com pelos no rosto, no corpo e acne precisam reduzir o peso. Às vezes, só a perda de peso já ajuda a reverter o quadro. Se não forem obesas, a atenção se volta para o controle da produção de hormônios masculinos, o que se consegue por meio de medicamentos que atuam, também, na regulação da menstruação, na redução da produção das glândulas sebáceas e na diminuição do crescimento de pelos. Para quem convive com a síndrome, a orientação é procurar seu médico regularmente para avaliação e controle hormonal”, aconselha Mayara.