Adolescentes da Funac são inseridos no mercado de trabalho
O Programa Jovem Aprendiz é uma iniciativa com poder de transformar a vida de adolescentes e egressos da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), órgão vinculado à Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop).
Como ação desse Projeto, foram inseridos na segunda turma 10 adolescentes, sendo quatro em cumprimento de medidas socioeducativas e seis egressos que passarão a atuar na área administrativa. Os adolescentes são contratados como aprendizes pela empresa MAXTEC. O curso de aprendizagem, na área de assistente administrativo, será ofertado pela empresa SEST/SENART, com carga horária de 940h.
A presidente da Funac, Sorimar Sabóia, fala da importância da inserção dos adolescentes e jovens no mercado de trabalho. “Nós estamos com a segunda turma de adolescentes do Projeto Jovem Aprendiz, que terão oportunidade de vivenciar esse momento de inserção e qualificação no mercado de trabalho. Temos uma parceria com a Superintendência Regional do Trabalho, que capta as vagas que são direcionadas para a Funac fazer a inserção desses adolescentes, que passam por uma oficina de aprendizagem oferecida pela Fundação e obtém conhecimento em relação a vários temas relacionados ao ingresso no mercado de trabalho, como a linguagem que devem utilizar na empresa, relações interpessoais e ética no mercado de trabalho”, comenta.
“A empresa também faz o acolhimento dos socioeducandos e informa para onde eles serão encaminhados. As oportunidades para o jovem no mercado de trabalho devem ser concedidas não somente pela obrigatoriedade legal, mas, sobretudo, pela consciência da importância que essas chances têm de mudar a vida dos indivíduos, de suas famílias e da sociedade como um todo. Que eles possam aproveitar a oportunidade e que seja significativo para a sua convivência familiar e comunitária”, complementa Sorimar.
Oficina de aprendizagem
A Funac tem investido em ações com foco na qualificação profissional para que os adolescentes tenham oportunidades de construir um novo projeto de vida e tenham êxito ao ingressar no mercado de trabalho. Com o objetivo de proporcionar aos adolescentes e jovens o desenvolvimento de competências e habilidades necessárias para o convívio social e atuação no mercado de trabalho, são abordados conteúdos diversos como: trabalho em equipe, comportamento e relacionamento no âmbito profissional, autoimagem, direito trabalhista e ética profissional.
Para a instrutora e assistente social da Funac, Mirthes Morais, a profissionalização é o foco da ressocialização dos adolescentes. “Desenvolvemos atividades para que os jovens sejam atuantes no mercado de trabalho e tenha um novo olhar e novas perspectivas”, pontua.
Para o egresso, ter a oportunidade de participar de oficinas formativas é encontrar uma nova perspectiva de vida. “É uma forma de resgatar uma parte da nossa vida que perdemos. É uma grande oportunidade para quem realmente quer mudar e não voltar a ser o que era antes”, declara.
Um dos socioeducandos fala com alegria o quanto significa a profissionalização na vida dele. “É bom para o nosso desenvolvimento a oportunidade que estão dando para gente, que cumpre medida socioeducativa”, diz.
Empreendedorismo criativo
Além de ser um protagonista na geração de renda, o empreendedorismo criativo é um dos grandes responsáveis, na atualidade, no contexto da pandemia, pela criação de novas oportunidades de emprego. É um dos setores que mais crescem na economia mundial, com um índice de, aproximadamente, 8.8% de crescimento anual. De acordo com o Sebrae, o Brasil é um país de destaque em criatividade no mundo, gerando um Produto Interno Bruto que corresponde a 2,7% do PIB nacional.
A oficina realizada no Centro Socioeducativo de Internação Provisória Canaã sobre empreendedorismo criativo foi ministrada pela pedagoga Leidiane Irineu e por uma egressa da Funac que ensinou os socioeducandos a confeccionarem chaveiros e contou sobre os cursos profissionalizantes que participou enquanto cumpria medidas socioeducativas. A atividade contou com uma mini palestra explicando o que é o empreendedorismo criativo e suas possibilidades. A duração da oficina foi de aproximadamente quatro horas, divididas em teoria e prática.
Na ocasião, as palestrantes compartilharam histórias e ideias para estimular o empreendedorismo no cotidiano. A egressa da Funac, uma das convidadas da oficina, contou aos adolescentes sobre as experiências no Programa Jovem Aprendiz e como empreendedora. Ela ressaltou que o investimento feito pela Funac na área da profissionalização contribuiu de forma significativa para a vida dela.
“Agradeço a oportunidade de poder ensinar outros adolescentes, ministrar essa oficina é uma conquista resultado de barreiras superadas. Por meio da Funac pude conquistar meu primeiro emprego como jovem aprendiz, e é uma realização na minha vida. Aproveitei todos os ensinamentos repassados nos cursos profissionalizantes durante o meu cumprimento de medida e hoje sou capacitada em várias áreas do ramo da beleza e estética, além de colocar o conhecimento adquirido nas oficinas do Projeto Arte com as Mãos e investir no empreendedorismo criativo”, declara a egressa.
Para Luiza Santos, assistente social do Canaã, os adolescentes que cumprem medida cautelar tiveram a oportunidade de conhecer a história de sucesso da adolescente e as possibilidades de empreender de forma criativa. “Que eles possam construir um novo projeto de vida e usarem os ensinamentos das oficinas produtivas para somar com uma renda extra para a família”, ressalta.
O socioeducando conta que sabe produzir muitos artesanatos e a oficina oportunizou mais um conhecimento. “Ensinei o que sei para a minha namorada, ela tem investido no empreendedorismo