A série ReinventAção segue contando histórias de criatividade na hora da aula remota
Dar aulas remotas, sem o olho no olho, e ainda assim fazer com que o aluno, separado por alguns quilômetros de distância, se interesse pelo conteúdo e aprenda. Esse tem sido o grande desafio dos professores da rede estadual do Maranhão, como tem sido de tantos profissionais da educação pelo Brasil inteiro. É por isso que foi criada a série ‘ReinventAção’ – um neologismo que traduz as necessidades desse momento – reinventar e agir, para seguir levando conteúdo aos nossos estudantes. A ideia da série é reconhecer o esforço e motivar outros profissionais.
Hoje, contaremos a história da professora Edna Maria Simeão Ramos, 20 anos de estrada como professora de Matemática, lotada no Centro de Ensino Cidade de São Luís, na capital.
Como muitos professores pelo Brasil inteiro, Edna também precisou vencer a barreira da falta de entrosamento com as novas tecnologias: dificuldade em lidar com computadores, com os recursos que o seu aparelho celular oferece, ou mesmo a ausência deles, dificuldade de acesso à internet por parte dos alunos e a falta do contato direto com os discentes, entre outros desafios. Mas isso não poderia ser maior que o desejo dela em fazer com que os seus alunos estudassem e que o conteúdo ministrado por ela chegasse a eles de forma clara, objetiva e interessante.
“A minha preocupação era exatamente sobre como os meus alunos iriam ficar sem aula, o que acabaria gerando várias complicações, entre elas o abandono escolar. Isso me deixou muito apreensiva no começo. E tive que procurar alternativas, embora sabendo que o aluno dominava essa tecnologia, eu sabia o básico do básico, mas não me acomodei”, disse a professora Edna.
Edna lançou mão das poucas habilidades com as ferramentas tecnológicas e foi para a internet buscar tutoriais com dicas para gravar uma boa aula, sem muitas interferências, com uma luz razoável.
“Procurei me aperfeiçoar por meio da internet, busquei dicas que pudessem melhorar a qualidade dos vídeos. Hoje, gravo minhas aulas com o celular e consigo chegar aos meus alunos”, pontuou a professora.
Assim, cada vez que vai gravar uma aula, ela monta um mini estúdio em um cantinho da sala que elegeu como o melhor espaço para isso. Aí a professora Edna usa das dicas que aprendeu na rede.
“Na sala eu uso uma parte do vidro do rack, onde coloco o celular com a câmera voltada para baixo. Na parte de baixo do rack, sob o vidro, eu coloco uma pilha de livros, e sobre os livros uma folha de papel onde vou escrevendo as questões de Matemática – “Matemática no Papel”. Aprendi que se eu colocasse uma luminária em uma determinada posição, ficaria melhor, porque eliminaria a sombra. Então gravo as minhas aulas. Assim estou fazendo o “Matemática no Papel”, para seguir nessa retomada às aulas remotas”, explica a professora.
Para a professora Ellane Marinho Sá, supervisa pedagógica do Centro de Ensino Cidade de São Luís, no início foi bastante complicado, pois muitos profissionais não tinham domínio sobre a tecnologia. Mas, os professores, de uma maneira geral, têm buscado superar as dificuldades, se reinventar para cumprir o papel de ajudar seus alunos.
“Foi tudo muito novo para todos nós. No primeiro semestre foi bem mais complicado pois fomos pegos de surpresa, toda a comunidade escolar. Porém, nesse segundo semestre sinto que os professores estão buscando seu melhor, se reinventando, compartilhando ideias, pesquisando métodos novos para que os alunos compreendam o conteúdo de forma mais apropriada, sem tantos prejuízos”, destacou a professora Elanne Marinho Sá, supervisora do Centro de Ensino Cidade de São Luís.