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A queda da Netflix: O que a Globoplay tem a ver com isso?

Na última semana, a “queda” da Netflix, uma empresa bilionária e repleta de clientes na América Latina, foi um dos assuntos mais comentados no mundo. O primeiro trimestre de 2022 registrou quedas abruptas no número de assinantes pagos da Netflix, e em contrapartida, evidenciou o crescimento exponencial da Globoplay, uma de suas concorrentes mais subestimadas.

Neste artigo, mostramos o que pode ter influenciado a queda da Netflix e a ascensão dos planos da Globoplay, e como esses acontecimentos afetam a organização e o crescimento das plataformas de streamings no Brasil.

Os números não mentem!

A matemática mostra um cenário difícil para a gigante dos streamings nos últimos tempos. A Netflix demonstrou dados preocupantes, o que gerou uma queda de 35% nas suas ações, em um único dia! Em 2021 a empresa valia R$1,5 trilhão, e no fim do primeiro trimestre de 2022, esse valor caiu para R$500 bilhões.

Além disso, a plataforma vermelhinha perdeu 350 mil assinantes na América Latina no primeiro trimestre. A Netflix terminou 2021 com 39,96 milhões de assinantes, e fechou março de 2022 com 39,61 milhões, na América Latina. Ao todo, a companhia perdeu 200 mil assinantes no mundo no primeiro trimestre de 2022.

Preços elevados podem ser a causa da queda na Netflix

É verdade que os assinantes latinos pagam um menor preço para ter acesso ao streaming, comparando com assinantes da Europa e América do Norte, por exemplo. Mas o real problema não é o “valor em si”, e sim o baixo poder de compra da moeda (R$) e o valor da assinatura em comparação com os concorrentes.

O aumento da inflação, decorrente da crise econômica alavancada pela pandemia de Covid-19, fez com que o preço da gasolina, alimentos e energia aumentasse no país, e consequentemente, alterasse a ordem de prioridades das pessoas. Somado a isso, o preço da Netflix está muito acima dos concorrentes. 

A título de comparação, assinar a Netflix no plano intermediário custa R$32,90/mês, enquanto que a Prime Video, da Amazon, custa apenas R$9,90/mês e a Globoplay, da gigante Rede Globo, custa R$22,90/mês. Com 1 assinatura mensal da Netflix você pode assinar a Amazon Prime Video + GloboPlay e ter acesso a dois serviços pelo preço de um. Como não levar isso em consideração? 

A importância da América Latina na queda da Netflix

Além de ser a região em que a empresa mais cresce, o Brasil possui 50% do número de assinantes da América Latina. Segundo documentos da Netflix, a empresa teria mais de 19 milhões de assinantes no país. O mercado brasileiro tem papel fundamental para as outras plataformas, não só para a Netflix. Por isso, muitos streamings vem oferecendo pacotes de transmissão de futebol, sejam do Brasil ou competições internacionais, como por exemplo o Premiere.

A queda da Netflix e a expansão do Globoplay

Ao contrário da Netflix, o Globoplay registrou um aumento exponencial em seu catálogo. No mês de fevereiro o aumento foi de 20%, em comparação com o ano anterior. Claro que o conteúdo exclusivo do BBB22 no Globoplay tem relação direta com este aumento. Porém, o Globoplay já havia registrado aumento de 74% no ano de 2021, em comparação ao ano de 2020. E um crescimento de 33% na base de assinantes.

Além disso, o número de plataformas não para de crescer no Brasil e no mundo. Como a HBO Max que tem planos de expansão para a América Latina, nos próximos anos. O que por um lado aumenta as opções para o público, acaba por gerar uma concorrência brutal para as empresas.

Globoplay e sua política neutra

Como uma empresa financiada pelo maior canal de TV aberta do país, o Globoplay adotou uma política de zona neutra.A equipe se deu conta de que guerrear contra gigantes seria um esforço desnecessário. Dessa forma, a Globo traça acordos de pacote de transmissão com os principais players do mercado, como Disney Plus, Amazon Prime, HBO Max e até a Netflix, anunciada durante a novela Pantanal.

Netflix se inspira no modelo de gestão da Globo

Com o crescimento da Netflix nos últimos anos, que investiu bilhões em conteúdo, a Globo precisou cortar custos e criar uma disciplina estratégica nos seus investimentos. Agora, com a queda do número de assinantes e a baixa das ações, a situação se inverteu. A Netflix anunciou que a partir de agora terá: 

  • Anúncios;
  • Controle no processo criativo;
  • Rigidez nos gastos.

Desta forma, cortes de produção e de atores podem ser realizados nos próximos meses, para tristeza dos fãs de algumas produções menos lucrativas.

E então, a queda da Netflix é definitiva?

Uma empresa como a Netflix não cai da noite para o dia. Existem profissionais muito capacitados cuidando das operações da plataforma, somado a isso, o controle de gastos e revisão de valores de assinatura podem devolver o topo de mercado para a empresa. Por mais que os números de queda assustem, a Netflix continua sendo uma plataforma bilionária, que investe em conteúdos diversos e possui séries e filmes de muito sucesso.

Fonte: https://comparaepoupa.com.br/blog/netflix-queda-globoplay/