A Dieta do DNA: Realmente ajuda a combater a obesidade?

A maioria das pessoas associa a genética com alguns temas relacionados com a transmissão de caracteres dominantes e recessivos alusivos à herança: como a cor da pele, olhos, cabelo, altura, propensão para algumas doenças hereditárias, risco de diabetes, possíveis alergias etc.

A verdade é que o ADN abrange muito mais do que isso, e múltiplos fatores podem influenciar a sua composição. O projeto do genoma humano “Human Genome Project” elaborou um mapa do genoma humano no qual se puderam observar 50 mil variantes no código genético.

Estes códigos genéticos são responsáveis pelo funcionamento diferenciado do organismo. Durante as investigações foi possível conhecer novos aspectos que não tinham sido levantados em relação à genética.

O estudo revelou que há uma relação entre o meio ambiente onde nos desenvolvemos e nossos genes, isto inclui a alimentação. A Nutrigenética é responsável por este campo.

A Dieta do ADN

A obesidade é um assunto bastante complicado, não só é uma questão de comer bem e equilibrado, mas também uma doença ligada à genética. Entre 30% e 70% das pessoas com obesidade têm um componente genético.

Atualmente existem empresas dedicadas à promoção e distribuição de dietas do DNA. Estes programas alimentares servem para perder peso de acordo com as particularidades genéticas da pessoa. Mas, as empresas não têm exposto claramente sobre as variantes genéticas que utilizam.

A Nutrigenética se ocupa de estudar o comportamento de nossos genes ante a ingestão de alimentos e bebidas com o propósito de entender a resposta dos indivíduos a certos tipos de nutrientes, e em função das informações obtidas, formular recomendações nutricionais mais precisas.

A Nutrigenética colocou à venda alimentos médicos que devem ser recomendados por profissionais de saúde, estes produtos são avalizados pela Food and Drug Administration e servem para tratar problemas de reabsorção de nutrientes.

Mas, finalmente, os especialistas indicam que é importante uma dieta equilibrada alegando que a Nutrigenética é uma área que ainda tem muito por explicar. A ideia é avançar para melhorar o cumprimento no futuro das recomendações nutricionais que a genética proporciona.

Variações genéticas e a dieta

Em estudos realizados por Jose Ordovas, diretor de nutrição e genômicas no Jean Mayer USDA Human Nutrition Research Center on Aging, da Tufts University, foi possível demonstrar que existe uma relação entre a variação genética no Gen APOA2 e a capacidade do corpo para absorver a gordura.

Para exemplificar isto, o componente colina que se encontra na gema dos ovos pode causar aumento no nível de colesterol naqueles que o consomem, no entanto, nos últimos anos tem sido discutido sobre o assunto, uma vez que alguns cientistas observaram que isto não acontece em todas as pessoas.

Os pesquisadores também puderam constatar que as variantes genéticas podem acarretar problemas como o fígado gordo, perda muscular, e infertilidade.

A absorção das gorduras saturadas, a vitamina D e o sódio também, curiosamente, deram resultados diferentes nos estudos de variação genética. Alguns pesquisadores afirmam que intervêm na forma em que as personas assimilam os nutrientes para manter o equilíbrio do corpo.

Ainda faltam muitos estudos dos genes para obter informação valiosa e relevante para orientar as pessoas, e alcançar os objetivos nutricionais pautados.