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Saúde

Pacientes com diabetes demandam maior atenção com os seus pés

Em 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, doença que acomete 7,4% da população brasileira, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2019. A doença, caracterizada pelos altos níveis de glicose no sangue, provoca diversos efeitos no corpo.

Normalmente, a neuropatia surge quando o indivíduo já possui o quadro de diabetes e não nota o aparecimento de úlceras, calosidades ou lesões nos pés. Aproximadamente 20% das internações de diabéticos são decorrentes de lesões nos membros inferiores. Os pacientes apresentam uma incidência anual de úlceras nos pés de 2% e um risco de 25% em desenvolvê-las ao longo da vida.

Segundo o angiologista, cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Dr. Nelson De Luccia, o pé de Charcot, neuroartropatia também relacionada ao diabetes, é outra condição que pode gerar deformidades articulares e consequências graves. “Este quadro variado, que pode acometer os pés dos diabéticos, explica a dificuldade da compreensão e manejo desta situação. Muitos, por desconhecimento ou simplificação, acreditam que o pé diabético se aplica apenas às condições infecciosas decorrentes da neuropatia, o que atrapalha, confunde e retarda o tratamento adequado”, explica o especialista que também é professor da disciplina de Cirurgia Vascular e Endovascular da Faculdade de Medicina da USP.

O reconhecimento do pé do paciente diabético começa com o próprio diagnóstico do diabetes, que pode ser do tipo I ou II.  Dr. Nelson De Luccia esclarece que muitas vezes as manifestações nos pés precedem o diagnóstico do diabetes sistêmico.

E quando já existe histórico de ulceração prévia tratada ou deformidades, e a pré-existência da neuropatia, recomenda-se a confecção de calçados customizados. “Em lesões cutâneas abertas, os calçados especiais desempenham papel coadjuvante, auxiliando no alívio de carga e na criação de espaços adequados para o manejo de curativos”, declara o cirurgião vascular.

Nelson De Luccia também analisa que a identificação da neuropatia é importante para profissionais que se dedicam ao cuidado de unhas e calosidades, já que na ausência da dor referida pelo paciente, lesões podem ser provocadas pelo manuseio inadequado.

As lesões demandam mais tempo para cicatrizar por conta da neuropatia diabética, o que pode resultar em infecções e podem levar à amputação do membro. Como doença sistêmica de alta prevalência atual, outras consequências do diabetes são bastante conhecidas, como a arteriosclerose periférica e coronariana, hipertensão, insuficiência renal e retinopatia. Além do controle da glicemia, orientado pelo endocrinologista, as demais manifestações necessitam de outros especialistas de diferentes áreas clínicas.

O diagnóstico correto do diabetes, a realização de exames e o acompanhamento médico adequado são as formas mais efetivas de evitar maiores agravamentos dessa doença. A SBACV tem como missão levar informação de qualidade sobre saúde vascular para a população. Para outras informações acesse o site.

A SBACV

A Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) é uma associação sem fins lucrativos, que visa defender os direitos de seus profissionais, médicos e residentes, especialistas em saúde vascular. Além disso, tem como objetivo incentivá-los à produção científica, aprofundando as pesquisas nas áreas de Angiologia, Cirurgia Vascular e Endovascular, Angiorradiologia e outras modalidades.

A entidade trabalha com uma política alinhada aos valores da AMB (Associação Médica Brasileira) e do CFM (Conselho Federal de Medicina) a fim de conduzir a instituição de maneira ética, sempre valorizando as especialidades médicas em questão. Atualmente, conta com 23 associações regionais espalhadas por todo o Brasil.