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Dia Internacional da Síndrome de Down: fisioterapia é essencial para melhor desenvolvimento de crianças

Um olhar atento para o desenvolvimento motor de crianças com Síndrome de Down pode contribuir significativamente para sua qualidade de vida. Neste 21 de março, data reconhecida pela ONU para defender a inclusão e bem-estar de pessoas com essa condição, o professor de Fisioterapia da Estácio, Ozair Argentille, fala sobre a importância do tratamento preventivo precoce.

“Não existe idade específica para iniciar a reabilitação por Fisioterapia nas crianças com Síndrome de Down, mas é muito importante que seja desde bebê, porque é um tratamento que vai prevenir possíveis complicações decorrentes da síndrome. É importante lembrar que a Fisioterapia não acelera o progresso dessas crianças, mas facilita o bom padrão nos movimentos conforme elas crescem e avançam no tratamento”, explica.

Com ações em que o bebê reage a estímulos que favorecem o desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades, são inúmeros os benefícios que a intervenção precoce traz. No primeiro momento, uma aprimoração nos processos de sentar, engatinhar, rolar e andar são notáveis, diz o fisioterapeuta.

“A longo prazo, é importante porque conseguimos reduzir possíveis déficits ou prejuízos que a criança possa vir a apresentar: se consegue melhorar o alinhamento postural, ter uma deambulação mais acertada, fazer com que os padrões motores sejam mais eficazes”, incentiva Ozair.

Entretanto, o especialista alerta para a importância de, antes de iniciar o processo fisioterapêutico, se tenha a liberação médica para que a criança portadora de Síndrome de Down possa fazer algum tipo de exercício.

“Muitas vezes, as crianças possuem comorbidades relacionadas à Síndrome, como por exemplo, cardiopatias, então é importante o aval médico para que não haja complicações durante o processo de reabilitação. Além disso, o fisioterapeuta também realiza uma avaliação para saber se o paciente está elegível ou não para iniciar qualquer tipo de tratamento”, avisa.  

Atualmente, estima-se que no Brasil quase 300 mil pessoas têm a trissomia do cromossomo 21, uma síndrome genética, e não uma doença, caracterizada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. 

Além do acompanhamento profissional, a participação da família é essencial para a reabilitação de uma criança com Síndrome de Down. “O profissional da Fisioterapia pode indicar como ‘tarefa de casa’, por exemplo, brincadeiras que estimulem a criança a pegar diferentes objetos, texturas, tamanhos e cores. Só esse momento lúdico desperta e desenvolve estímulos na criança, aos poucos melhorando o processo deficitário que algumas podem apresentar”, finaliza.