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Seguem os preparativos para o Registro Cidadão Indígena de Grajaú-MA

Os preparativos para mais uma edição do projeto Registro Cidadão Indígena, iniciativa da Corregedoria Geral do Foro Extrajudicial (COGEX), que será realizada no município de Grajaú, seguem em ritmo acelerado. Nessa terça-feira (5/8), equipe da Prefeitura e servidores do Poder Judiciário lotados nas Comarcas de Grajaú e de Imperatriz estiveram no povoado Matusalém, onde acontecerá o mutirão de cidadania, para realizar visita precursora. A iniciativa tem a parceria do Comitê de Diversidade do Tribunal de Justiça, por meio do programa Escuta Ativa.

Coordenados pelo secretário de Trabalho e Emprego de Grajaú, Edvan Pereira Silva, técnicos de Informática e apoio operacional fizeram o levantamento prévio das necessidades, a fim de garantir o suporte aos serviços que serão prestados durante a mobilização, marcada para acontecer nos dias 12, 13 e 14 de agosto, na Escola Rui Barbosa. Além da verificação de infraestrutura de internet e energia elétrica, também foi pensada a dinâmica de divisão das salas para os serviços, conforme as necessidades de cada órgão.

Durante a mobilização, equipes da COGEX, Defensoria Pública do Estado, Cartório do 2º Ofício de Grajaú, Instituto de Identificação, Tribunal Regional Eleitoral, secretarias de Assistência Social e do Trabalho e Emprego de Grajaú vão disponibilizar acesso a documentos e uma série de serviços para indígenas da etnia Guajajara, que residem na terra indígena Bananal. As ações contam com o apoio direto da Prefeitura de Grajaú.

Dentre os documentos que podem ser obtidos na ação estão segunda vida da certidão de nascimento e de casamento, carteira de identidade, CPF, carteira de trabalho e título eleitoral. Além disso, será possível acessar serviços como cadastro e regularização no programa Bolsa Família, orientação jurídica, serviços eleitorais e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A previsão é que o mutirão realize cerca de 700 atendimentos.

Estiveram presentes na visita técnica o procurador-geral de Grajaú, Rômulo Moreira; o coordenador do CadÚnico, Matheus Santos; o chefe da Divisão de informática do Fórum de Imperatriz, Alan Araújo; o analista judiciário para Suporte de Rede do Fórum de Imperatriz, Jorge Ferreira; o secretário judicial do Fórum de Grajaú, Idelfonso Vieira, além do intérprete indígena Antalylson Guajajara.

SOBRE A ETNIA GUAJAJARA

Segundo informações extraídas do site do Instituto Socioambiental, os guajajaras constituem um dos povos originários mais numerosos do país, estando presentes em mais de 10 terras indígenas situadas no Maranhão. O grupo indígena também possui a autodenominação Tenetehára, que é mais abrangente, incluindo os Tembé. No entanto, a denominação guajajara é mais usual.

Sua língua pertence à família tupi-guarani e é subdividida pelos linguistas em dialetos que são mutuamente compreendidos com certa facilidade, sendo um das mais faladas do Nordeste. Os povos dessa etnia chamam sua língua de “ze’egete” (a fala boa), cultivada como primeira língua nas aldeias guajajaras. 

Os guajajaras estão atualmente distribuídos geograficamente nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua, situado na Bacia do Pindaré. As principais áreas ocupadas são Araribóia – a maior em extensão, com mais de 400 mil hectares –, Caru, Krikatí, Cana-Brava, Bacurizinho, Governador, Rio Pindaré, Lagoa Comprida, Urucu-Juruá, Rodeador e Morro Branco – que é a menor em extensão, com 49 hectares.

Com o passar dos anos e o avanço do chamado progresso, as terras indígenas têm enfrentado invasões e apropriações irregulares para expropriação dos recursos naturais ou mesmo exploração do solo. Ainda assim, lideranças dessa etnia têm resistido e lutado pela proteção do seu território e seus direitos. Sua cultura também segue rica, com a preservação de costumes e tradições.