Supereventos no Brasil: a complexa logística por trás de grandes shows e festas juninas
Grandes espetáculos como o Aviões Fantasy, em Fortaleza, e os tradicionais festejos juninos no Nordeste movimentam multidões e transformam cidades inteiras em palcos de celebração. No entanto, enquanto o público se encanta com os efeitos visuais, as atrações musicais e a atmosfera festiva, uma engrenagem silenciosa, mas poderosa, atua nos bastidores.
A organização de um superevento exige planejamento rigoroso, execução precisa e uma logística que envolve centenas, ou até milhares, de profissionais.
Um “superevento” é caracterizado pelo grande número de participantes, pela abrangência territorial e pelo alto nível de complexidade estrutural. Para que ele ocorra, é necessário superar desafios como a escolha do local, o cumprimento das exigências legais, a gestão de riscos e a infraestrutura de apoio.
Tudo começa muito antes do primeiro acorde no palco. A escolha do espaço precisa considerar fatores como acessibilidade, capacidade, segurança e impacto no entorno. Em seguida, são obtidos os licenciamentos obrigatórios junto de órgãos públicos, o que exige o cumprimento de normas ambientais, sanitárias e urbanísticas.
Com a autorização em mãos, entra em cena o cronograma de montagem. Palcos monumentais, sistemas de sonorização de alta potência, estruturas de iluminação cênica e telões de LED são erguidos com o apoio de equipes especializadas.
Além disso, toda a operação é cronometrada, para que tudo esteja pronto até o dia da abertura. Áreas de apoio como camarins, postos médicos, banheiros e espaços de alimentação também fazem parte da estrutura.
Um dos pontos mais sensíveis na organização é a segurança. O controle de acesso do público é feito com barreiras físicas, catracas e tecnologia de reconhecimento de ingressos. Profissionais treinados atuam em pontos estratégicos para orientar o fluxo de pessoas e prevenir situações de risco. Ainda, equipes médicas de prontidão e planos de evacuação emergencial são exigências indispensáveis.
Nos bastidores, a logística envolve o transporte de toneladas de equipamentos, além do deslocamento de artistas, bandas, técnicos, produtores e fornecedores. Hotéis, vans, aviões e caminhões são coordenados em tempo real para garantir que todos estejam nos lugares certos, na hora certa.
Paralelamente, a estrutura de alimentação precisa atender milhares de pessoas. Isso exige uma cadeia de abastecimento ágil, com refrigeradores, pontos de venda e fornecimento contínuo de água potável e insumos.
Quando o evento termina, começa outra etapa crítica: a desmontagem. Toda a estrutura precisa ser removida de forma rápida e segura, evitando danos ao espaço e impacto à rotina da cidade. A limpeza do local é intensiva e começa imediatamente após a dispersão do público.
Um exemplo emblemático dessa logística é o São João de São Luís, no Maranhão. Reconhecido como um dos maiores do Brasil, o evento movimenta centenas de arraiais espalhados pela capital maranhense, cada um com programação intensa por semanas.
Para atender a demanda, a cidade mobiliza profissionais de cultura, turismo, segurança, limpeza e saúde. Ademais, palcos são instalados em bairros inteiros, e a cidade passa a funcionar sob um novo ritmo.
Em um evento desta dimensão, um dos aspectos mais cruciais é o fornecimento contínuo de energia elétrica. Palcos gigantescos, sistemas de som potentes, iluminação cênica e telões de LED consomem quantidades enormes de eletricidade.
É por esta razão que a presença de geradores de energia se torna indispensável, atuando como fontes primárias ou de backup, para assegurar o funcionamento contínuo de todas as operações, desde os equipamentos mais simples até os mais complexos.
Esses geradores são posicionados de maneira estratégica para prevenir quedas de energia, que poderiam comprometer não apenas a experiência do público, mas também a segurança e o funcionamento dos serviços essenciais. O consumo energético de um único show pode equivaler ao de um pequeno bairro.