A disputa pela legalização dos jogos de azar e suas consequências
Os trâmites para a legalização dos jogos de azar no Brasil, estão circulando na Câmara dos Deputados. Parte dos políticos defende o ato, enquanto outros criticam duramente o projeto de lei. Do lado oposto estão os investidores estrangeiros que veem um grande futuro financeiro por aqui.
O projeto visa a legalização como uma maneira de aumentar a circulação de dinheiro no Brasil, criando novos impostos, aumentando o turismo e alavancando a geração de empregos, diretos e indiretos.
Mostrando seu favoritismo o Deputado Herculano Passo, MDB, afirmou que o turismo de negócio é muito favorável para o país, mas sempre com um rígido controle. Já Roberto Lasserre, organizador do movimento Brasil sem Azar, prevê problemas sérios caso a proibição seja retirada.
“O que pode acontecer é uma canibalização. Os trabalhadores serão simplesmente recrutados de outras empresas, como hotéis e restaurantes, já que é muito alto o custo de treinar mão de obra”, diz.
Mesmo com todos os prós a psicóloga, Suely Sales Guimarães, salienta um problema sério. Em entrevista ao site da Câmara disse que o não estamos prontos para encarar o aumento de ludopatas, viciados em jogos, pois, os profissionais não estão prontos para esse tipo de tratamento. Em outros países existem clinicas especializadas somente nesse distúrbio neurológico.
Já a Estoril Sol, Caesars Entertainment e 188bet por outro lado, estão prontas para investir caso seja realizada a total aprovação. Elas são a prova de que o país já vai começar ganhando com o giro de bilhões de reais, em torno das jogatinas legalizadas. Isso inclui a abertura de estabelecimentos físicos e também virtuais, que até o presente momento são liberados apenas para empresas com sede em outros países.
Políticos como o deputado Roberto de Lucena e o governador de Minas Gerais, Romeu Zeta afirmam que com forma de controle correta é possível obter um crescimento grande. Isso implica na investigação dos administradores, restrições severas e transações transparentes, para evitar os erros que levaram a lei de proibição.
Eles comparam o Brasil com os países de primeiro mundo, onde a maioria explora os jogos de azar como fonte de renda. Esses são os mais ricos e utilizam isso como parte das estratégias comerciais.
O outro lado da moeda
Enquanto a polêmica cria atrito entre as opiniões políticas, empresas estrangeiras miram no público brasileiro. Um dos magnatas dos jogos de azar, Sheldon Adelson, esteve no Brasil em reuniões, como importantes governantes, para apresentar os benefícios que os cassinos podem trazer para o país.
O empresário revelou que pretende colocar em pratica um projeto de 8 bilhões de dólares. Ele envolve um complexo 5 estrelas com uma infraestrutura gigante, artifício que será usado para atrair turistas de todas as partes do mundo.
O interesse não acaba no resort, pois, além do empreendimento imobiliário ele também procura localidades para a instalações de hotéis cassinos, como os modelos mais famosos de Las Vegas. Para oferecer aos brasileiros o luxo que existe em locais como Las Vegas e Dubai.