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Demanda por profissionais de IA dispara e aquece o mercado

O avanço da digitalização e a crescente implementação de IA (Inteligência Artificial) nas empresas devem criar até 97 milhões de novos empregos no mundo ainda este ano. Os dados são de um estudo recente da plataforma de educação Coursera e reafirmam a tendência que já é percebida no cotidiano de muitos trabalhadores.

O levantamento Bosch Tech Compass 2025, que ouviu mais de 11 mil pessoas em sete países, revela que 53% dos entrevistados já utilizam ferramentas de IA em suas atividades de trabalho. A adoção dessa tecnologia ocorre em diversos setores e abrange funções de atendimento ao cliente, áreas operacionais, administrativas e de gestão.

Para 59% dos trabalhadores de China, França, Alemanha, Índia, Reino Unido e Estados Unidos, a produtividade é o que mais motiva o uso de IA no ambiente corporativo. O percentual sobe para 68% quando consideramos apenas os entrevistados no Brasil.

À medida que as empresas aceleram o processo de transformação digital, cresce também a prática da terceirização de desenvolvimento de sistemas. A proposta é implementar soluções de IA sem sobrecarregar equipes internas, contando com especialistas externos para projetos que envolvem desde a criação de algoritmos até a customização de plataformas.

Outra pesquisa, conduzida pela consultoria McKinsey, revela que mais de 70% das empresas no mundo já implementaram algum tipo de solução de IA. Seja para automatizar tarefas rotineiras, realizar análises preditivas ou apoiar a tomada de decisões, essa realidade já faz parte do cenário global.

Aumento da demanda reflete em maiores salários

Com o crescimento da procura por profissionais de IA, os salários oferecidos também aumentam. Dados da plataforma Glassdoor indicam que, no Brasil, a faixa salarial para cargos na área varia de R$ 3 mil a R$ 8 mil por mês, com média de R$ 5.045. O valor pode ser acrescido de remuneração variável, como bônus ou participação nos lucros.

Nos Estados Unidos, as funções relacionadas à IA apresentam remunerações ainda mais altas. De acordo com dados da Indeed e ZipRecruiter, as posições mais procuradas incluem cientista de dados, engenheiro de software, engenheiro de dados, cientista pesquisador e gerente de produto, com salários médios anuais superiores a US$ 100 mil. Gerentes de produto podem receber, em média, US$ 153 mil por ano.

O crescimento da demanda por especialistas em IA é acompanhado pela diversificação das áreas que buscam esses profissionais. O estudo Bosch Tech Compass aponta que setores como tecnologia, mídia, comércio, varejo e serviços financeiros já sentem os impactos da IA. No mercado brasileiro, funções operacionais também registram alta procura por profissionais com conhecimento técnico.

O que é preciso para ingressar no mercado

A formação contínua segue fundamental para quem deseja ingressar ou se manter relevante no mercado de trabalho. O Bosch Tech Compass mostra que 82% das pessoas planejam aprofundar seus conhecimentos em IA, sendo que, no Brasil, o percentual chega a 92%.

Dados do Infojobs mostram que o número de vagas que exigem conhecimentos em IA cresceu 97% nos últimos três anos. Esse movimento é impulsionado pela busca por eficiência: ao automatizar tarefas operacionais, as empresas conseguem direcionar seus times para funções estratégicas, que exigem maior capacidade analítica e criativa.

A tendência é refletida também nas plataformas de recrutamento. A Indeed registrou um aumento de quase 4.000% nas buscas por empregos relacionados à IA generativa no último ano, enquanto o número de vagas anunciadas na área cresceu 306% no mesmo período.

No entanto, a formação de competências técnicas não é o único requisito. Habilidades humanas como pensamento crítico, capacidade analítica, inteligência emocional e curiosidade são apontadas como essenciais para trabalhar em parceria com a tecnologia. Essas soft skills não são substituídas pelas máquinas e tendem a ser cada vez mais valorizadas em processos seletivos e avaliações de desempenho.