Projeto Maranhão impacta 44 mil alunos de 160 cidades e transforma ensino técnico do estado
Ao preparar jovens e adultos para o mercado de trabalho e contribuir para o desenvolvimento econômico e social, o ensino técnico surge como uma das atividades mais promissoras para o futuro do país. Neste cenário, o Maranhão tem se destacado. De 2023 para 2024, o estado registrou um aumento de 172% nas matrículas de alunos na Educação Profissional e Tecnológica (EPT), de acordo com dados do governo. Um dos protagonistas desse aumento é o “Projeto Maranhão”, que teve início em 2024 com 20 mil anos EPT e, neste ano, mais 22 mil estudantes da rede pública estadual integram o projeto, totalizando 44 mil discentes beneficiados pelo projeto.
A proposta do Projeto Maranhão consiste no fornecimento de conteúdos de cursos técnicos para unidades de ensino público do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) e do Educa +. Além de materiais fornecidos para os alunos, os professores também recebem uma pós-graduação voltada para o ensino técnico. São ofertados 20 cursos técnicos diferentes, sendo 10 voltados para administração, 5 para o turismo e 5 para informática. A formação é integral e comporta alunos a partir do Ensino Médio.
O Projeto Maranhão é resultado de uma colaboração entre o Governo do Maranhão e o Instituto de Pesquisa e Gestão de Cidades (IPGC), instituto mineiro especializado em soluções inteligentes para cidades. Através de parcerias público-privadas com empresas especializadas, o instituto fornece os materiais necessários para a formação completa dos estudantes.
Ed Nelson Rodela, coordenador de educação do IPGC explica a escolha do ensino técnico como alvo do projeto. “A vantagem do ensino técnico, principalmente para alunos de baixa renda, como é o caso da maioria dos nossos estudantes, é que ele prepara para ingressar no mercado de trabalho mais rápido em profissões que podem gerar um crescimento pessoal e econômico para esses alunos.”
Transformação educacional com tecnologia
Os materiais fornecidos para os estudantes são classificados em duas categorias: os convencionais e os digitais. Os convencionais são compostos por livros e apostilas direcionados para a temática do curso escolhido pelo aluno. Os digitais envolvem uma plataforma para os estudantes, um sistema de gestão acadêmica para a gerência dos cursos e uma plataforma de Inteligência Artificial (IA) chamada My Code.
A principal inovação do projeto é a implementação do My Code nos centros educacionais maranhenses. Desenvolvido pelo IPGC em parceria com empresas especializadas, o My Code é definido como uma IA de escopo fechado. Isto é, uma IA que apenas se baseia em dados e informações do sistema de gestão acadêmico do próprio projeto, utilizando as referências indicadas pelos especialistas que desenvolveram a tecnologia. “Ao contrário do Chat GPT, por exemplo, que retira informações de tudo que há disponível, o My Code vai se basear apenas em fontes confiáveis já pré-cadastradas na plataforma”, afirma Ed Nelson Rodela.
Além da vantagem para os alunos, o My Code também pode ser aproveitado pelos professores. Ele pode ser usado, por exemplo, para criar um plano de estudo específico para cada turma ou até mesmo para um aluno individualmente. Isso só é possível pois a IA coleta informações de cada estudante como a presença, o desempenho acadêmico e cumprimento de prazos. Com base nesses dados, a plataforma é capaz de traçar um perfil individual do aluno ou da turma.
Inovação para todo o Maranhão
O coordenador do IPGC se orgulha das conquistas já alcançadas pelo projeto. “Existiam escolas que não possuíam nem internet e nem computadores. Atualmente, já conectamos 188 escolas, 700 salas de aula, e o projeto não para de crescer. Neste ano de 2025 já entregamos 7 520 notebooks para 30 escolas diferentes”, comemora. A projeção do Governo do Estado é de que em 2027, 80 mil alunos da rede pública já estejam integrados ao projeto.
O projeto se esforça também para atingir o estado como um todo, muito além de São Luiz. De acordo com o IBGE, o Estado possui 217 municípios, e o IPGC atinge mais de 160 deles, ou seja, o projeto cobre mais de 73% da extensão territorial do Maranhão. “O alcance é incrível! Possuímos escolas dentro da floresta Amazônica, em territórios indígenas e em locais que só é possível chegar de barco. Todos esses estudantes estão recebendo tecnologia de última geração, algo inimaginável para a grande maioria”, comemora Ed Nelson.