Dados da Serasa apontam que, no último bimestre de 2024, cerca de 73 milhões de brasileiros estavam endividados. As taxas de juros altas somam-se às despesas de começo de ano, contribuindo para que muitas pessoas já comecem 2025 no aperto. No topo das causas, está o cartão de crédito.

Embora as dívidas por si só não sejam ruins, desde que contraídas de forma programada – caso de um financiamento de uma casa, carro ou outro bem –, a inadimplência, que é a principal vilã, está também em alta. Levantamento da SPC Brasil aponta para um crescimento de 1,48% em um ano, chegando a 41,51% da população.

Os efeitos do nome negativado

Os efeitos das dívidas não são sentidos apenas na economia. As dívidas afetam as famílias tanto psicologicamente como no seu poder de compra. Uma dessas consequências é a “negativação” do CPF, ou, como também é conhecido, o nome sujo. Na prática, a pessoa é inscrita em um cadastro negativo de crédito e tem seu acesso ao crédito restringido.

A inscrição em banco de dados de proteção ao crédito é um indicativo ao mercado de que a pessoa em questão não está cumprindo com suas obrigações de pagamento. Assim, o consumidor fica impedido de ter acesso a um cartão de crédito, ao financiamento de um imovel ou carro e a uma série de outros produtos que são ofertados por meio do parcelamento a crédito.

Inscrição no serviço de proteção ao crédito

Este não é um processo rápido, contudo. O credor deve notificar o devedor de que há intenção de levar seu nome a um serviço de proteção ao crédito e de que há a possibilidade de renegociação, sendo tudo isso avisado com antecedência. Caso não haja resposta por parte do devedor, só então o credor notificará o serviço, que dará publicidade a esta dívida para o mercado.

A inscrição do nome da pessoa física em um banco de dados de proteção ao crédito é algo que pode levar de 10 a 90 dias após o vencimento da obrigação de pagamento. Portanto, é importante que seja de conhecimento do devedor como consultar o CPF, a fim de verificar se seu nome foi negativado ou não.  

Como evitar ou sair dessa situação

Estando o nome negativado ou não, é sempre importante evitar o endividamento. Assim, ter controle dos gastos é fundamental. Para isso, deve-se organizar o orçamento e só gastar aquilo que pode. Com organização, é possível começar a pagar as dívidas e tirar o “nome sujo da praça”. Isso ocorre após o pagamento da primeira parcela.

No mais, vale a pena que o endividado tente negociar diretamente com o estabelecimento a melhor forma de pagamento. Caso não seja possível, pode esperar por feirões organizados por órgãos como o Procon, que promovem condições excepcionais de desconto, ou então pode procurar por empresas de recuperação de crédito, que fazem a intermediação na negociação de dívidas.