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A falsa alegria da comida de final de ano, psicóloga comenta

As mesas fartas de comidas nas festas de final que despertam memórias afetivas podem ser um gatilho emocional, onde a comida assume o papel de conforto, companhia ou até uma fuga temporária dos problemas. A psicóloga especialista em transtornos alimentares Valeska Bassan alerta: “A comida não deve ser um substituto para emoções mal processadas e quando isso acontece, é hora de olhar para a relação com a alimentação e, talvez, para a saúde emocional.”

De acordo com Valeska Bassan, a comida nas festas está associada a várias camadas emocionais como as memórias afetivas na casa da avó ou pela pressão social de comer para agradar e até como uma forma de tentar “preencher” vazios emocionais.

“A comida faz parte da celebração e do afeto, mas quando passa a ser usada como uma válvula de escape, ela pode trazer mais angústia do que prazer”, explica a psicóloga.

Ela conta que comer em excesso de forma recorrente e sentir culpa ou arrependimento depois ou usar a comida como única fonte de prazer ou conforto emocional e evitar situações sociais por medo de “não resistir” à comida são exemplos de descontrole que podem ser compulsão alimentar, onde há perda do controle sobre a quantidade ingerida.

Valeska Bassan reforça que é importante manter uma conexão real e comer alimentos em vez de “engolir” as emoções e encontrar outras fontes de prazer nos encontros, nas brincadeiras em família e nos momentos especiais, que vão além da comida.

“Celebrar o fim do ano é importante, mas sem perder de vista o equilíbrio emocional e a relação saudável com a comida. Afinal, o que marca essas datas não é o que está no prato, mas quem está ao nosso lado e como nos sentimos em relação a nós mesmos”, conclui Valeska.

Sobre Valeska Bassan  @psicologavaleskabassan

Psicóloga aprimorada em Transtornos Alimentares pelo Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e pós graduanda em Medicina e Estilo de Vida e coaching de saúde no Hospital Israelita Albert Einstein.

Coordenou o Curso de Aprimoramento em Transtornos Alimentares Programa de Transtornos Alimentares do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP) e a equipe de psicólogos do Grupo de Estudos do Comer compulsivo em mulheres portadoras de obesidade (GRECCO) também do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas de São Paulo (Ambulim/IPQ/ USP).

Professora de pós graduação das disciplinas de Transtornos Alimentares Pós Cirurgia Bariátrica e dos Aspectos Psicológicos dos Transtornos Alimentares na Faculdade iGPs.