Saúde

Doença em que a pessoa mente e acredita na própria mentira, psiquiatra explica

A médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental, explica que a mitomania, também chamada de pseudologia fantástica, é um distúrbio complexo, muitas vezes mal compreendido, mas que pode ter sérias consequências para o indivíduo e seus relacionamentos.

“A mitomania não se trata de mentiras ocasionais, como aquelas que podemos contar para evitar situações embaraçosas. As pessoas que sofrem com esse transtorno contam mentiras frequentes, exageradas e, às vezes, completamente fictícias. O mais preocupante é que, com o tempo, elas mesmas começam a acreditar nas histórias que criam”, afirma Dra. Jéssica.

O fenômeno ocorre porque, para o mitomaníaco, as mentiras funcionam como uma maneira de preencher lacunas emocionais ou enfrentar a realidade de forma menos dolorosa. “Muitas vezes, esses indivíduos mentem para se sentirem aceitos, admirados ou importantes. Há um desejo intenso de ganhar a aprovação dos outros ou de se proteger de traumas e inseguranças”, explica a psiquiatra.

Embora a mitomania não seja oficialmente categorizada como um transtorno isolado em manuais diagnósticos, ela é frequentemente associada a outros problemas psiquiátricos, como transtorno de personalidade borderline, dependente, narcisista dentre outros transtornos psiquiátricos.

O tratamento, segundo Dra. Jéssica, envolve psicoterapia e em alguns casos, pode haver a necessidade de medicação para tratar condições subjacentes, como ansiedade ou depressão.

“A conscientização e a busca por ajuda especializada são essenciais para que essas pessoas consigam identificar a raiz de seus problemas e se libertar desse ciclo de mentiras. O apoio de amigos e familiares, sem julgamentos, também é fundamental para o sucesso do tratamento”, conclui Dra. Jéssica Martani.

Sobre Dra. Jéssica Martani

Médica psiquiatra, observership em neurociências pela Universidade de Columbia em Nova Iorque – EUA, graduada pela Universidade Cidade de São Paulo com residência médica em psiquiatria pela Secretaria Municipal de São Paulo e pós graduação em psiquiatria pelo Instituto Superior de Medicina e em endocrinologia pela CEMBRAP.

CRM 163249/ RQE 86127