3 mitos que você precisa conhecer sobre o CrossFit
O médico do esporte, Dr. Bruno Canizares, relata sua experiência profissional e pessoal com a atividade e garante que os benefícios para a saúde superam as expectativas
Conhecida como uma atividade de alta intensidade e resistência, o CrossFit chegou ao Brasil em 2009 e, desde então, vem crescendo e conquistando cada vez mais adeptos. Atualmente, ocupa o segundo lugar em número de academias licenciadas da marca, perdendo somente para os Estados Unidos, onde a modalidade foi criada, registrando um aumento de 5.900% entre 2013 e 2019, segundo a Revista de Prescrição e Fisiologia do Exercício.
Porém, mesmo após 25 anos de sua chegada ao país, o CrossFit ainda carrega alguns mitos. O mais famoso deles é que o CrossFit aumenta o risco de lesões. Mas até onde isso é ou não verdade? Para o Dr. Bruno Canizares, ortopedista e traumatologista do esporte, e também praticante da modalidade, qualquer atividade física pode causar lesão, até mesmo um simples alongamento. Tudo depende de como o exercício é realizado.
“A verdade é que o CrossFit é uma modalidade que exige muito do corpo, mas ainda assim o risco de lesão é muito menor do que a maioria dos esportes, desde que o atleta permaneça dentro dos limites do seu corpo. A partir do momento em que o praticante ultrapassa essa barreira e começa a se deixar levar pelo sentimento de competição, que é algo natural dentro do CrossFit, o convite à lesão pode acontecer. Mas afirmar que o CrossFit é um esporte mais propenso a lesões é um mito”, esclareceu o especialista.
Outra lenda que acompanha o CrossFit é a ideia de que existe uma faixa etária restrita para quem deseja se tornar um ‘crossfiteiro’. De acordo com esse pensamento, apenas pessoas jovens poderiam praticar o esporte, já que os exercícios exigem muita força e energia. Essa ideia, porém, diverge do objetivo principal da atividade, que é melhorar a capacidade cardiorrespiratória, o condicionamento físico e a resistência muscular – tudo o que um idoso precisa para se manter saudável e ter mais longevidade, por exemplo.
“Como médico e, também, como filho, posso dizer que o CrossFit tem a capacidade de mudar a vida das pessoas. Minha maior referência são meus pais, que começaram a praticar CrossFit depois dos 60 anos de idade e hoje me agradecem pelo incentivo, pois estão sentindo diariamente os benefícios da prática esportiva. Não existe uma restrição de idade; o que é necessário é a orientação de um profissional qualificado, capaz de acompanhar e estabelecer os tipos de exercícios de acordo com o histórico médico do aluno, seja ele um adolescente ou um idoso de 80 anos”, explicou.
Além de contribuir para a diminuição da gordura localizada, o aumento da massa magra, o alívio do estresse, a melhora do sono e a prevenção de doenças cardíacas, o CrossFit é um esporte universal. Não apenas em relação à idade, mas também em relação às condições físicas individuais.
“Diferente do que muitos acreditam, deficientes físicos, pessoas com algum tipo de patologia e até mesmo grávidas podem praticar CrossFit. A principal orientação nesses casos é que médico e treinador trabalhem juntos. Ambos, cientes do histórico e das condições específicas do praticante, podem acompanhar o processo de evolução de forma mais segura e eficaz”, finalizou o ortopedista.
Dentre as diversas categorias de atividades físicas, o CrossFit tem a vantagem de ser uma prática completa, que trabalha todos os grupos musculares, promovendo emagrecimento, saúde e verdadeiras transformações quando o foco é estilo de vida e autoestima. Por isso, continua conquistando cada vez mais espaço.
Sobre o Dr. Bruno Canizares: médico ortopedista e traumatologista do esporte, possui vasta experiência clínica no tratamento das condições ortopédicas que afetam o ombro, cotovelo e joelho. Com um profundo envolvimento com o meio esportivo, adquiriu compreensão aprofundada das lesões relacionadas à atividade física e das necessidades específicas dos atletas. Instagram: @drbrunocanizares