Vereadores expõem ataques às religiões de matriz africana em São Luís

Nesta quarta-feira, 14, o tema da intolerância religiosa ganhou bastante repercussão nos discursos dos vereadores Coletivo Nós (PT), Astro de Ogum (PC do B) e Marlon Botão (PSB). Os parlamentares se manifestaram, em sessão, contra os ataques a terreiros de matriz africana.

O co-vereador Jhonatan, do Coletivo Nós, reforçou que no Brasil, desde 2009, a intolerância religiosa é qualificada como crime. O parlamentar lamentou o episódio envolvendo uma deputada estadual, ocorrido no bairro Vila Nova, bem como outros ataques que vêm acontecendo por toda a capital. Ele afirma não haver quaisquer justificativas quer sejam religiosas, raciais ou de gênero que absolvam tal oposição.

“Há uma questão que vem nos chamando atenção no Estado e também na nossa cidade que é esse levante de intolerância religiosa. Tem acontecido com muita frequência ataques aos terreiros de matriz africana, inclusive incentivado por uma deputada estadual. Quando nós observamos autoridades se levantando e incitando ações criminosas, nosso estado precisa tomar uma atitude. Nós do Coletivo exigimos providencia do Estado, através da secretaria estadual de segurança pública, de direitos humanos e igualdade racial. Que tome um posicionamento”, defendeu.

O vereador Astro de Ogum, que atua há mais de três décadas como pai de santo na capital maranhense e já atuou como presidente da Federação Afrodescendente no Maranhão, afirmou que a situação vem sendo apurada para que todas as medidas cabíveis sejam tomadas. Astro recordou ainda a dívida histórica que o país e o mundo têm com o mundo afro.

“Gostaria de assegurar que estamos tomando muitas medidas junto às secretarias e outros órgãos de defesa, apurando os fatos aqui relatados pelo colega. Parabenizo vossa excelência pela preocupação, de fato é um tema que tem voltado a ser notícia, principalmente porque os intolerantes têm apoio no presidente da república”, avaliou.

Por fim, o vereador Marlon Botão, se solidarizou com a fala dos parlamentares e pediu respeito a todos os credos. “Todos nós somos iguais e precisamos respeitar a opção de cada um”, finalizou Marlon.