Só estudos científicos podem mostrar real impacto da “flurona” no adoecimento da população, diz especialista
A mídia nacional e internacional tem mencionado com frequência crescente o termo “flurona” – referência a coinfecção entre o SARS-CoV-2 (causador da Covid 19) e a Influenza, em especial o subtipo H3N2.
“Ainda não há estudos científicos a respeito dos eventuais possíveis efeitos da combinação de quadros das duas doenças – ou mesmo se haveria uma combinação das duas doenças – e sua interpretação em termos de diagnóstico é bastante complexa”, afirma Bernardo Barros, médico intensivista e Gerente Médico da bioMérieux, líder mundial em diagnóstico in vitro.
Segundo Barros, existem testes que, com uma mesma amostra, podem fazer a pesquisa de diversos agentes virais simultaneamente em um curto espaço de tempo, os chamados testes sindrômicos. A detecção de mais de um germe é um cenário mais complexo, em que o julgamento clínico é fundamental.
“O cenário mais comum em que coinfecções trazem problemas é a infecção secundária: o paciente está se recuperando de um quadro infeccioso e tem um novo quadro causado por outro germe. Mais frequentemente acontece com vírus e em seguida quadros bacterianos ou quadros bacterianos seguidos de fungos. Não costuma haver maior gravidade por conta da segunda infecção”, diz o especialista.
Além disso, há uma importante questão epidemiológica, segundo Barros, sobre o momento que vivemos, em que estão muito presentes ainda tanto o SARS-CoV-2 (pela grande capacidade infecciosa da variante Ômicron) quanto a Influenza, o que torna a possibilidade de detecção deles maior mesmo em um cenário em que não estão causando infecção.
“Por conta dessas características, é cedo para dizer se esta figura ‘flurona’ é algo que realmente tem impacto clínico e se terá qualquer efeito em termos de adoecimento da população. Precisamos aguardar mais informações por meio de estudos clínicos para compreender se existe qualquer reflexo no paciente da presença de ambos os vírus simultaneamente.”
Sobre a bioMérieux
Há mais de 55 anos no mercado, a bioMérieux é líder na área de diagnóstico in vitro. Em todo o mundo, a empresa tem o propósito de contribuir efetivamente com o desenvolvimento da saúde pública, fornecendo soluções (reagentes, equipamentos e softwares) que determinam a origem da doença e de contaminações de produtos industrializados a fim de melhorar a saúde do paciente e garantir segurança aos consumidores.
Presente em 44 países, a bioMérieux tem 13.000 colaboradores e fornece para mais de 160 países, por meio de uma ampla rede de distribuidores. Em 2020, as receitas atingiram 3,1 bilhões de euros, com mais de 90% das vendas internacionais.