O hábito de consumir hortaliças, frutas, verduras e legumes é sempre recomendado para garantir uma alimentação equilibrada e manter a saúde. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde apontou que 34,2% dos brasileiros consomem esses alimentos em cinco ou mais dias da semana. Muitas pessoas, porém, ficam em dúvida quanto ao armazenamento correto desses itens, para que eles durem mais tempo e não percam seus nutrientes.

A nutricionista Jordânia Aguiar, coordenadora de Segurança Alimentar do Grupo Mateus, explica que quando lavamos os alimentos já descascados e cortados, é inevitável que parte dos nutrientes seja perdida, principalmente se a lavagem for feita de maneira lenta. “Para minimizar as perdas, deve-se lavar os alimentos antes de descascá-los ou cortá-los para evitar a perda de nutrientes na água da lavagem. Além disso, não use bicarbonato de sódio para deixar os vegetais mais verdes: produtos alcalinos destroem as vitaminas presentes neles”, afirma.

Limpeza e desinfecção

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o local de armazenamento dos alimentos deve ser limpo, impedindo assim a contaminação e/ou a proliferação de microrganismos. Os recipientes e embalagens devem estar protegidos da luz do sol, umidade e calor excessivo, organizados e separados por tipo ou grupo.

Jordânia destaca que, antes de guardar os itens, é importante lavá-los em água corrente devidamente tratada e desinfectar com hipoclorito de sódio. Nesta etapa as bactérias e outros microrganismos presentes nos alimentos são reduzidos a um número aceitável para garantir que a saúde dos indivíduos não esteja em risco. 

Após esse processo, é necessário secar. A especialista ressalta que, depois da lavagem, quanto mais secos os itens estiverem, maior será sua vida útil dentro da geladeira. Isso porque a umidade propicia o crescimento de fungos e bactérias que deterioram os alimentos. “Para essa etapa, recomendamos o uso de papel toalha, um pano de prato limpo ou um secador de verduras”, aponta.

Armazenamento correto

Na hora de escolher o recipiente para guardar as folhas, escolha um que esteja limpo e com tampa ou utilize sacos plásticos do tipo “zip-lock”. A nutricionista esclarece que o pote não precisa ser totalmente hermético, isso porque as hortaliças precisam de espaços de ar entre elas. “Na hora de guardar, recomendamos também que se use papel toalha entre uma folha e outra. Ele irá absorver a umidade dentro dos recipientes. Armazenando desta forma, sob refrigeração a 5°C, as hortaliças podem durar até sete dias na geladeira e rendem saladas frescas e deliciosas”, reforça.

Se você precisar de ainda mais tempo, uma boa alternativa é congelar os ingredientes verde-escuros, como couve, espinafre ou brócolis. Pode-se, por exemplo, fazer pequenos cubos de gelo com a couve para batê-los no liquidificador na hora de preparar um suco. Mas atenção: depois de descongelados, os vegetais costumam ficar mais murchos. Por isso, muita gente prefere usá-los em receitas de refogados. A maioria dura até três meses no congelador.

“Um ponto importante, que vale ressaltar, é que não é só porque a sua folha está murcha que ela deve ir para o lixo. Ela ainda pode ser aproveitada em sucos, pratos quentes (como refogados), massas de bolos e tortas e até sopas. As partes que a gente normalmente descarta (talos e cascas) também podem ser consumidas e costumam ser ricas em muitos nutrientes”, finaliza.