O Ministério Público do Maranhão realizou na tarde desta quarta-feira, 25, na Associação de Moradores da Cidade Olímpica, audiência pública de coleta de demandas do bairro e comunidades vizinhas. A região tem aproximadamente 100 mil habitantes e faz parte do território de atuação da 6ª Promotoria de Justiça Distrital da Cidadania – polo Cidade Operária.

O evento reuniu autoridades do Poder Executivo municipal de São Luís, Polícia Militar, lideranças comunitárias, instituições da sociedade civil e moradores da região.

O titular da 6ª Promotoria de Justiça Distrital da Cidadania, Joaquim Ribeiro de Souza Júnior, explicou o objetivo da audiência que é ampliar o contato com a sociedade e direcionar o trabalho para atender as demandas apresentadas pela população local. O MPMA já promoveu audiências de coletas de demandas na Cidade Operária e na Vila Janaína, além de uma outra específica para debater a violência nas escolas também na Cidade Operária.

“Estamos encerrando o ciclo de audiências públicas neste ano, aqui na Cidade Olímpica. Tivemos o cuidado de fazer as audiências públicas em localidades diferentes justamente para facilitar e permitir que todos pudessem ter voz e ter o Ministério Público perto. Essa estratégia foi muito importante porque constatamos que parte dos problemas apresentados se repetiram e outras questões são diferentes”, explicou Joaquim Júnior.

Para a presidente da Associação de Moradores da Cidade Olímpica, Kênia Delane dos Anjos, as comunidades ganham com a aproximação do MPMA. “É muito importante ter o Ministério Público dentro da nossa comunidade porque é uma instituição que todo cidadão tem acesso. A gente busca o Ministério Público para que venha ouvir as demandas da comunidade e as leve aos órgãos competentes. Já tivemos resultados, a exemplo do abastecimento d’água que está sendo regularizado a partir do trabalho desenvolvido. ”

Na audiência, as principais reclamações apresentadas pelos moradores e lideranças comunitárias foram relativas ao transporte público, falta de infraestrutura e saneamento básico, alagamentos no período chuvoso, dificuldade de marcar consultas médicas e exames nos postos de saúde, violência, regularização fundiária e ausência de creche pública.  

Raimunda Marques, moradora da Cidade Olímpica, reclamou dos problemas de infraestrutura na avenida 2. “Lá é horrível, cheio de mato, quando chove a água bate no meio das pernas. Eu queria que vocês nos ajudassem”.

Na opinião da moradora Mary Márcia, o grande número de usuários de drogas na Cidade Olímpica requer um aparato de assistência aos dependentes químicos. “Precisamos da instalação de um Centro de Atenção Psicossocial. Temos três postos de saúde com várias salas disponíveis utilizadas como depósito de materiais que poderiam abrigar o CAPs Álcool e Drogas”, afirmou.

A falta de urbanização e infraestrutura da região da Baixa da Cidade Olímpica foi um dos pontos apontados por vários moradores na audiência pública. “Esse é um sonho para todos nós”, destacou a moradora Lucilene Cabral. Ela também cobrou a instalação de uma Central de Marcação de Consultas e Exames por parte da Prefeitura de São Luís.

Após as reivindicações, os representantes do Poder Público se pronunciaram a respeito das demandas. O promotor de justiça Joaquim Júnior informou que todas as respostas relativas aos pedidos da comunidade serão repassadas pelo MPMA aos moradores e lideranças comunitárias.

“O balanço da audiência pública de hoje é extremamente positivo. O Ministério Público pode afirmar que conhece bem mais as comunidades do polo da Cidade Operária e isso significa conhecer os problemas, as dificuldades enfrentadas e assim elaborar uma pauta de atuação com mais propriedade. Enfim, terá um alcance muito mais efetivo na vida das pessoas”, explicou o promotor de justiça.