Prestes a chegar no Ceará, Grupo Mateus supera Hapvida e registra maior IPO da história do Nordeste

Numa impressionante arrancada no mundo da Bolsa de Valores, a rede de supermercados Grupo Mateus, originário do Maranhão, registrou o maior IPO da história do Nordeste.

Com o preço da ação a R$ 8,97, a companhia levantou R$ 4,61 bilhões. A empresa superou a marca da cearense Hapvida, que havia registrado R$ 3,4 bilhões em abril de 2018. Foram coordenadores do IPO do grupo a XP Investimentos (líder), Bradesco BBI, BTG, Itaú BBA, BB Investimentos, Santander e Safra.

E tem mais: com o IPO, o valor de mercado da empresa vai ultrapassar velhos e tradicionais portentos do setor, como o Pão de Açúcar (R$ 18,5 bilhões) e o Carrefour Brasil (R$ 11 bilhões).

Outro recorde quebrado pela até então pouco conhecida Mateus no País: superou o maior IPO do ano. O título estava nas mãos da rede de petshops Petz, que girou em R$ 3 bilhões.

Quem é o Grupo Mateus e o seu proprietário
Uma varejista criada há 34 anos por Ilson Mateus Rodrigues, um ex-garimpeiro de Serra Pelada, o Grupo Mateus chega à B3 quebrando recordes. São 137 lojas em 53 cidades nos estados de Maranhão, Pará e Piauí. O grupo também faz entregas para Tocantins, Bahia e Ceará. Sim, essa é só a sua primeira forma de entrar no Ceará. Há previsão de instalar lojas aqui.

No segmento de atacado, atende mais de 19.415 pontos de venda. No ano passado, o faturamento do Grupo Mateus foi de 9,9 bilhões de reais e o lucro, de 365,7 milhões de reais (margem líquida de 4,51%). De 2013 a 2019, as vendas líquidas tiveram aumento de 6,4 bilhões de reais.

Antes de começar a trajetória de varejista, Ilson Mateus atuou por cerca de um ano como garimpeiro. Era o sonho de achar uma pepita que o permitisse alavancar sua verdadeira vocação. Segundo texto da revista Exame, depois de deixar o local sem encontrar ouro, começou outro negócio: a compra e venda de garrafas de vidro. Foi assim que ele chegou a Balsas, no sul do Maranhão, onde percebeu que havia demanda de migrantes do Rio Grande do Sul – que chegaram à área para plantar soja – por produtos básicos.

Fonte: Focus