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Mercado de trabalho vai priorizar liderança e flexibilidade como habilidades

Uma reconfiguração do mercado de trabalho está em curso. Nos próximos cinco anos, há competências que deixarão de ser diferenciais para se tornarem requisitos básicos. Entre elas, estão pensamento analítico, resiliência, agilidade e até a capacidade de exercer influência social.

 O “Relatório Futuro do Trabalho 2025-2030”, produzido pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com a Fundação Dom Cabral, mostra que o pensamento analítico é a habilidade mais valorizada pelos empregadores, sendo citado por 69% dos participantes da pesquisa. A competência se mostra essencial em setores como tecnologia da informação e serviços financeiros, onde a análise de grandes volumes de dados é usada para a tomada de decisões estratégicas.

Resiliência, flexibilidade e agilidade aparecem na sequência, sendo citadas por 67% dos empregadores. Em seguida, estão a capacidade de liderar equipes e exercer influência social (61%). A pesquisa ouviu mais de mil empregadores em 55 economias diferentes.

Os dados revelam a dimensão da mudança que está prestes a acontecer no mercado: 39% das habilidades existentes deverão ser transformadas ou se tornarem obsoletas até 2030. Como resposta, 85% dos empregadores já planejam priorizar programas de treinamento e qualificação de equipes.

Não se trata apenas de preferência, mas do reflexo de uma necessidade operacional das organizações diante de transformações no ambiente corporativo. Esse cenário impõe às empresas maior rigor na estruturação de cargos e salários, especialmente quando buscam atrair profissionais com competências alinhadas às novas demandas do mercado.

Criatividade e influência social ganham destaque

Na quarta posição surge uma habilidade que pode parecer contraditória em tempos de automação crescente: pensamento criativo. Valorizado por 57% dos empregadores do estudo, o atributo responde à demanda por profissionais capazes de propor soluções inovadoras num ambiente de negócios marcado por transformações.

A influência social, por sua vez, complementa as habilidades de liderança. O LinkedIn, em sua análise anual sobre competências em alta para 2025 no Brasil, posiciona o combo visão e liderança estratégica como a terceira habilidade mais procurada pelas empresas nacionais. O editor-chefe do LinkedIn Notícias Brasil, Guilherme Odri, observa que a boa comunicação não se resume a transmitir informações, abrangendo também o alinhamento e a mobilização das pessoas na direção certa.

Soft skills resistem ao avanço tecnológico

A motivação e o autoconhecimento aparecem na quinta posição do ranking global, sendo valorizados por 52% dos empregadores. Em seguida, a alfabetização tecnológica (51%) e a empatia com escuta ativa (50%) completam o conjunto de habilidades prioritárias.

A curiosidade e o aprendizado contínuo também figuram entre as competências mais procuradas, citadas por 50% dos participantes da pesquisa. Essa tendência se alinha com a necessidade de profissionais que demonstrem capacidade de adaptação ao mercado.

A complexidade desse novo perfil profissional tem levado organizações a repensarem seus processos seletivos. As empresas já reconhecem que a identificação de candidatos que combinem competências técnicas com habilidades comportamentais adequadas à cultura corporativa exige um serviço de recrutamento e seleção mais especializado e criterioso.

Setores em transformação criam demandas

O relatório identifica, ainda, que setores como tecnologia da informação, energia renovável, financeiro e agricultura estão em crescimento, impulsionados pela digitalização e pela transição verde. Por outro lado, setores tradicionais como manufatura e serviços administrativos enfrentam declínio devido à automação.

Funções como caixas bancários, operadores de entrada de dados e assistentes administrativos estão entre as que devem ter menor demanda nos próximos anos, segundo o estudo do Fórum Econômico Mundial. Entre as profissões em crescimento, destacam-se especialistas em Big Data, engenheiros de Fintech e especialistas em IA e machine learning.

Lacuna de habilidades desafia empresas brasileiras

No contexto brasileiro, o relatório aponta que a principal barreira para a transformação dos negócios é a lacuna de habilidades, especialmente relacionada à formação básica em matemática, português e inglês.

Quase nove em cada dez empresas nacionais planejam aprimorar as habilidades de sua força de trabalho nos próximos cinco anos. Paralelamente, 58% das empresas brasileiras esperam recrutar funcionários com novas habilidades, enquanto 48% planejam transitar funcionários de funções em declínio para áreas em crescimento.

Preferências dos trabalhadores

A pesquisa revela que 76% dos trabalhadores preferem empresas que oferecem opções de trabalho remoto ou híbrido, demonstrando que a flexibilidade no ambiente de trabalho se tornou um fator decisivo para atração e retenção de talentos. Essa tendência se soma à exigência crescente por ambientes de trabalho diversificados e inclusivos, preferência manifestada por 63% dos profissionais consultados.