Médica veterinária faz alerta referente ao descarte de máscaras 

 Desde o início da pandemia do coronavírus as máscaras se tornaram essenciais para a proteção da população, porém o seu descarte de maneira incorreta traz sérias consequências ao meio ambiente e para os animais. Dados do Instituto Akatu revelam que somente no Brasil foram descartadas mais de 12 bilhões de máscaras desde o início da pandemia e esse número deve subir ainda mais com o avanço da doença e a variante ômicron.  

A médica veterinária e professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Pitágoras, Giselle Cutrim, explica que o descarte irregular do item se tornou uma ameaça a milhares de animais, entre eles aves, peixes, cães e gatos. “Alguns animais não conseguem perceber que o objeto não é comestível e, ao ingeri-lo, podem acabar morrendo asfixiados pelo material. Além do risco de engasgo, os animais que ingerem esse tipo de material acabam não consumindo nutrientes necessários para que permaneçam vivos, o que pode fazer com que desenvolvam doenças”, pontua.  A médica veterinária também chama atenção para cuidados com alimentação canina.

A docente defende que é preciso realizar ações de conscientização. “É necessário que a população se sensibilize para que o descarte das máscaras seja realizado em locais apropriados. Evitando assim impactos negativos no meio ambiente”.  

A especialista alerta que, além das máscaras, as luvas cirúrgicas de látex também podem afetar os animais, principalmente os marinhos, já que eles acabam ingerindo esses itens que são descartados de maneira errônea. Outro problema é que eles podem acabar presos no elástico. “Outro risco é quando os animais acabam se enroscando com esse tipo de item e, por isso, ficam com seus movimentos limitados impedindo a caça ou a fuga de predadores”, destaca.  

Para auxiliar no correto descarte, a médica veterinária separou algumas dicas: 

– Usar máscaras de tecido reutilizáveis, sempre que possível; 

– Cortar as alças dos EPIs antes de reciclar para evitar que os animais fiquem emaranhados; 

– Embalar os EPIs usados em um saco plástico, fechá-lo e jogá-lo em lixeiras próprias;  

– Utilizar os materiais no prazo máximo orientado pelo fabricante; 

– Cortar luvas descartáveis para evitar que os animais fiquem enroscados; 

– Descartar os materiais no lixo de maneira correta.