IMPERATRIZ – Sofrimento fetal é discutido em palestras promovidas pelo MPMA

Foi realizado nesta quinta-feira, 16, no auditório da Faculdade Facimp, em Imperatriz, um evento para discutir o sofrimento fetal, promovido pelo Ministério Público do Maranhão, por meio da Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral de Justiça (Asstec) e da 5ª Promotoria de Justiça Especializada de Imperatriz. A programação incluiu sete palestras abordando temas diversos para um público composto por mais de 400 pessoas, entre gestores, profissionais e estudantes da área da saúde.

O sofrimento fetal é caracterizado pela falta de oxigênio para o feto. Nessa situação, o bebê não recebe a quantidade suficiente de oxigênio no útero durante a gestação ou parto, podendo interferir diretamente no crescimento e desenvolvimento da criança.

A mesa de abertura do evento foi composta pelo promotor de justiça Ednarg Fernandes Marques, assessor-chefe da Assessoria Técnica da Procuradoria-Geral de Justiça (Asstec); o promotor de justiça Thiago de Oliveira Costa Pires, titular da 5ª Promotoria de Justiça Especializada de Imperatriz; a coordenadora da regional de Saúde Imperatriz, Kelly Rocha Sousa Morais; a diretora da maternidade de alto risco de Imperatriz, Tassiana Miranda Brandão; e a coordenadora da Atenção Básica do Município de Imperatriz, Sormanne Branco Oliveira.

Após a abertura, foi realizada uma palestra ministrada pela analista médica pericial Bernadete de Lourdes Queiroz Brito, da Assessoria Técnica da Procuradoria Geral de Justiça. Segundo ela, as análises de processos judiciais, realizadas na Asstec, observaram um índice de 87% de pericias obstétricas, ou seja, relacionadas com a gestação, o parto e o puerpério. “E dessa perícia obstétrica foi constatado um maior percentual de óbitos fetais, aquele bebê que morre durante o parto, logo de imediato, às vezes tem dúvida até nessa classificação. Então, a partir daí, foi levantada essa questão de o Ministério Público promover essa informação, levar ao conhecimento da sociedade o que está acontecendo”, destacou.

De acordo com o assessor-chefe da Assessoria Técnica da PGJ, Ednarg Fernandes Marques, embora o sofrimento fetal não fosse relatado oficialmente, era observado um percentual muito alto nos processos analisados, o que resultou em um material distribuído aos promotores de justiça da área. “Aqui em Imperatriz conversamos com o colega Tiago, trouxemos um folder que foi feito pela Assessoria Técnica, que foi disseminado pelas unidades de saúde, e a partir daí surgiu a ideia desse evento”, explicou.

“Aqui em Imperatriz o resultado foi excelente, mais de 400 pessoas participaram, mais de 40 municípios envolvidos no evento, vários gestores e profissionais de saúde, estudantes da área da saúde, que reconheceram a importância do tema e, durante as palestras, foram capacitados, orientados a, de certa forma, evitar o sofrimento fetal de todas as formas”, ressaltou o promotor de justiça Tiago Pires.

Foram abordados temas como “Sofrimento fetal crônico”, pelo médico Igor de Castro Morais Santos (coordenador de obstetrícia da Maternidade de Alto Risco de Imperatriz) e pela enfermeira Silvana Castro Ferreira; e “Pré-natal”, com o médico especialista em Saúde da Família Pedro Ribeiro de Sales Netto.

Outros temas discutidos foram “Asfixia Perinatal”, apresentado pelas pediatras neonatologistas Tânia Mara Bezerra Nascimento Ayres e Marynéa Vale; “Encefalopatia Hipóxico Isquêmica”, com a médica Karlyne Palhares Brum; e “SVO”, com a ginecologista e obstetra Leiliane Lima Martins.