Dia do Psicólogo: uma profissão essencial
O paciente deita em um divã, falando sobre seus problemas, enquanto o terapeuta, atento a cada palavra, faz anotações em uma caderneta. Essa é a imagem clássica do psicólogo, romantizada pela ficção ao longo dos anos. Porém, engana-se quem pensa que esta profissão se resume em ouvir e “aconselhar” os pacientes.
O dia do psicólogo é celebrado todos os anos no dia 27 de agosto, mas será que conhecemos a importância desse profissional na sociedade? Esta matéria vai ajudar você a reconhecer e valorizar esse profissional.
A atuação do psicólogo percorre o estudo do comportamento humano, os processos da mente e aprende a analisar o perfil de cada paciente, bem como traçar diagnósticos e prevenir doenças mentais. A psicologia auxilia os indivíduos a promover novas formas de enfrentar os conflitos internos, como explica a psicóloga Celiane Lopes, do Hapvida Saúde. “O papel do psicólogo na sociedade é fundamental para que as pessoas possam entender e administrar seus conflitos, angústias e medos”, explica.
A estudante Ana Karolina Costa, de 20 anos, conhece bem a importância do profissional para entender e lidar com os próprios sentimentos. Após o falecimento da avó materna e em seguida da mãe, no mesmo ano, a jovem se viu sem o sentido de viver. “Quando perdi minhas duas mães eu fiquei sem saber o que fazer. No primeiro momento fiquei anestesiada, tentei continuar estudando porque estava no último ano do ensino médio e todos pensam que eu estava bem, mas quando terminou o ano eu desabei, fiquei sem chão e naquele momento eu me perdi dentro de mim”, lembra a jovem.
Aos poucos, com a ajuda e acompanhamento psicoterapêutico, a vida da estudante mudou. “Em menos de dois meses eu já estava me sentindo bem, alegre. Ter uma pessoa para conversar, expor seus traumas, fragilidades e saber que ela vai te ajudar foi fundamental”, conta. Ana Karolina já está há três anos em tratamento e garante que a participação da família foi essencial. “Se eles não tivessem percebido ou dado atenção ao que estava sentindo, talvez a situação fosse outra agora hoje. O apoio e cuidado deles é incrível comigo e sou muito grata”, revela.
Um problema mundial
Os problemas de saúde mental vêm se tornado cada vez mais comuns em todo o mundo. Só no Brasil, a ansiedade atinge mais de 260 milhões de pessoas. O país têm ainda o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Para lidar com esses problemas a melhor saída é buscar um especialista. “São muitos os fatores que desencadeiam esses problemas: situações de perda, término de relacionamento e estresse, como o que vivemos nessa pandemia, são algumas delas”, revela psicóloga Celiane Lopes.
Saúde mental na pandemia
Segundo a especialista, por conta da pandemia, ficou inevitável não pensar em nossa saúde mental e em como o isolamento influência na qualidade de vida. “O estresse aumentou devido ao novo coronavírus, sem contar nos outros tipos de pensamentos pessimistas e até mesmo a adaptação em como se comportar próximo de outras pessoas ou ao sair de casa, sem contar as perdas de amigos e familiares”, lembra.
A psicóloga destaca ainda que o isolamento social afeta diretamente em nossa personalidade, humor, nos afastando de atividades que são prazerosas. Assim, fomos forçados a uma nova situação que por vezes e, em alguns casos, foi difícil de ser encarada. “Um exemplo são as pessoas que se sentiam felizes em praticar esporte coletivo e hoje precisam praticar sozinhas, cumprindo o distanciamento”.
Outro problema enfrentado por muitos durante a pandemia é a solidão. “Indivíduos que moram sozinhos sofrem mais com o isolamento social. Se antes essas pessoas saiam, encontravam amigos e socializam, hoje a realidade é outra. Um tempo sozinho faz bem, mas em excesso, pode desencadear problemas”, pontua Celiane.
A especialista reforça ainda a importância do acompanhamento profissional nessas situações. “Fazer terapia online e ser acompanhado por um profissional é indispensável. Não espere grande tragédias para buscar ajudar”, aconselha.
Infelizmente, ainda existe certo preconceito em relação à terapia, pelo mito de que ela é um sinônimo de fraqueza ou que só é indicada para pessoas com graves transtornos mentais. Além disso, existe uma crença de que a consulta com um psicólogo funciona apenas como um “bate-papo” e pode ser substituída por um desabafo com um amigo de confiança. “Fazer terapia é um ato de coragem. Coragem para pedir ajuda, mudar, expressar as emoções se se conhecer”, conclui Celiane.