Crianças superdotadas e ensino à distância: Psicólogo explica os prejuízos da falta de diagnóstico e de um ensino especializado

Crianças superdotadas possuem uma capacidade mental elevada, superior à média, com grandes habilidades na área intelectual, criativa, acadêmica , artística, esportes e liderança. Normalmente, elas precisam de metodologias de ensino que a maioria das escolas não apresentam, dificultando o processo educacional desses pequenos, problema que se intensificou com a pandemia e o ensino educacional à distância.

A principal dificuldade que os pais de superdotados encontram nesse período é em relação ao método, uma vez que essas crianças aprendem de maneira diferente dos demais e que o ensino esteja padronizado. “Uma criança que tem o perfil de pensamento divergente, curiosas, aprendem muito rápido e desmotivam também em função dos poucos desafios frente às telas, dificilmente vai conseguir ficar 4 ou 5 horas diante de um computador fazendo atividades que não foram pensadas para eles”, explica o psicólogo Damião Silva.

A verdade é que o fenômeno da superdotação ainda é pouco compreendido por profissionais da educação, que ainda precisam desmistificar a imagem de que esses alunos executam toda e qualquer atividade com excelência. Muitos desses estudantes possuem essa capacidade elevada em apenas algumas áreas, e a falta de cuidado em diagnosticar e proporcionar um ensino ideal acaba por desencadear irritabilidade, desmotivação, ansiedade, isolamento e até mesmo trauma da escola. Muitos têm apresentado prejuízo na saúde emocional e mental.

O atendimento educacional adequado para eles deve atender suas necessidades, como atividades enriquecidas, professores habilitados e treinados que trabalhem em conjunto com a família e com profissionais de saúde. “Falar sobre inclusão de superdotados é falar sobre um plano educacional individualizado, que vai mapear todas as demandas desse aluno e proporcionar os direitos educacionais previstos por lei”, relata Damião.

Como solução, o psicólogo alerta sobre a importância de repensar a formação dos profissionais de educação e saúde do país, principalmente na área da pedagogia e licenciatura. Além disso, em conjunto com a família, trazer à tona o assunto, promovendo debate e maior conhecimento por parte da sociedade.