Casa da Mulher Brasileira completa seis anos de trabalho com mais de 360 mil atendimentos e apoio às vítimas de violência
Consolidada como um centro de referência no combate à violência de gênero, a Casa da Mulher Brasileira completou seis anos de serviços prestados à população na segunda-feira (2). Desde o início das atividades, no dia 2 de outubro de 2017, até agosto deste ano, mais de 360 mil mulheres foram atendidas na unidade, sendo 20 mil acolhimentos apenas nos oito primeiros meses de 2023. O local representa um marco nas ações de proteção à mulher no Maranhão.
“Celebrar os seis anos de existência da Casa da Mulher Brasileira é celebrar a vida de muitas mulheres que por aqui já passaram. Por isso, estão de parabéns todos os órgãos que compõem essa rede de proteção. Também está de parabéns o governador Carlos Brandão, que respeita e valoriza todas as mulheres, e tem demonstrado isso fortalecendo a rede de atendimento às nossas mulheres, ampliando a Casa da Mulher para todas as 18 regionais do estado”, declarou a secretária de Estado da Mulher, Abigail Cunha.
A Casa da Mulher Brasileira reúne os serviços da Delegacia Especializada da Mulher; Defensoria Pública do Estado; 24ª Promotoria de Justiça da Mulher ligada ao Ministério Público do Estado; Alojamento de Passagem; Departamento de Feminicídio; Coordenadoria Estadual das Delegacias Especiais da Mulher; Centro de Referência em Atendimento à Mulher Vítima de Violência; e Biblioteca Maria da Penha.
Outro diferencial do espaço são as capacitações oferecidas para as vítimas de violência, que permitem a autonomia econômica e a quebra do ciclo da violência. Durante o aniversário de seis anos foram celebradas novas parcerias com o Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema), com a Universidade Maurício de Nassau (Uninassau) e com a Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom).
A diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena, destacou a importância dos cursos e treinamentos oferecidos para as mulheres que buscam a unidade após terem sofrido alguma violência. “Essas parcerias incluem cursos de capacitação e de extensão para fazer com que todas as mulheres, ao virem até aqui, como espaço de saída da violência, também tenham acesso a uma autonomia econômica, e assim possam consolidar essa saída da violência”, explicou.
Uma das parcerias celebradas durante a solenidade foi o atendimento 24 horas que será disponibilizado a partir da assistente virtual Jussara. A ferramenta gerida pela Secretaria de Estado de Comunicação Social (Secom) agora permite acesso ao atendimento da Casa da Mulher Brasileira. O contato é feito através do WhatsApp (98) 9100-6166 e possui vantagens como a facilidade de acesso e a discrição.
“Eu queria agradecer a Susan Lucena por ter abraçado essa ideia, que surgiu lá na Secom, de colocar a Casa da Mulher Brasileira no nosso atendimento digital do Governo do Maranhão que é através do WhatsApp, com a Jussara. A Casa da Mulher Brasileira é a primeira instituição do governo que tem atendimento 24 horas, ou seja, a qualquer hora do dia e da semana”, destacou a secretária adjunta de Marketing e Canais Digitais da Secom, Roberta Gomes.
Reconhecimento
A comemoração dos seis anos de trabalho da Casa da Mulher Brasileira contou com uma homenagem a 21 mulheres que contribuíram com a luta por uma sociedade mais justa e com amplos direitos às mulheres.
“Tudo aqui é feito a várias mãos e com esse trabalho conjunto conseguimos avançar. Lembrando que só conseguimos estar onde estamos hoje pelas mulheres que vieram antes de nós e por isso fazemos essa homenagem a todas as mulheres que marcam o nosso estado na luta por dias melhores e uma sociedade mais justa”, comentou a diretora Susan Lucena.
Entre as homenageadas, a coronel Augusta Andrade, segunda mulher na história do Maranhão a alcançar a patente de coronel, que durante cinco anos esteve à frente da Patrulha Maria da Penha e transformou a unidade em uma referência no estado.
“Eu sempre digo para todos que trabalham nessa frente de apoio à mulher e de combate à violência, que todas essas homenagens sempre são para elas, pois é através delas que esse trabalho é reconhecido. Eu não estaria sendo homenageada se a mulher não tivesse a coragem de sair de dentro de casa para vir aqui registrar o boletim de ocorrência e pedir o apoio e proteção de todos os órgãos que fazem parte dessa rede”, frisou.
Outra homenageada foi a cadeirante Bianca Alcântara, que trabalha como escrivã no Departamento de Feminicídio. “Esse é um reconhecimento que a gente consegue e que gera visibilidade e representatividade para outras mulheres saberem que elas podem ocupar o lugar que elas quiserem estar, desde que seja dada as possibilidades para exercerem suas funções”, afirmou.
Também foram homenageadas a secretária Abigail Cunha, a primeira-dama Larissa Brandão, a deputada estadual Iracema Vale, Helena Barros Heluy, Ana Flávia Vidigal, Clay Lago, Daisy Aparecida, Elimar Figueiredo, Etelvina Gonçalves, Florilena Aranha, Graça Barbosa, Luzia Waquim, Mãe Kabeca, Nea Bello, Nilde Sandes, Rosane Sena, Silvia Leite, Terezinha Silva e, de forma póstuma, Sandra Torres, que foi coordenadora da Mulher em São Luís.
Cultura e conscientização
O momento festivo contou com várias manifestações culturais, que trouxeram como foco a reflexão sobre a violência contra a mulher. O evento foi aberto com um monólogo da atriz Ana Eva Martins sobre a ativista Maria da Penha e a lei criada a partir da sua luta por justiça e defesa dos direitos das mulheres.
Também se apresentaram os atores César Boaes e Adeílson Santos, da Comédia Pão com Ovo, que interagiram com as homenageadas e com a equipe da Casa da Mulher Brasileira para divulgar os serviços e alertar sobre a importância da luta pelos direitos das mulheres.
O evento foi encerrado com o show da banda Criolina, comandada pelos músicos Alê Muniz e Luciana Simões.