Condenação de Lucas Porto repercute entre vereadores de São Luís

A decisão do júri popular pela condenação a 39 anos de prisão do empresário Lucas Leite Ribeiro Porto, pela morte da publicitária Mariana Meneses de Araújo Costa Pinho, aos 33 anos, repercutiu entre os vereadores da Câmara de São Luís.

O empresário era cunhado da vítima e foi condenado pelo júri pelos crimes de homicídio, com quatro qualificadoras, e estupro. O julgamento durou seis dias e a condenação saiu na madrugada desta segunda-feira (5).

A primeira a se manifestar sobre o tema, foi a vereadora Karla Sarney (PSD), que ressaltou que o julgamento era algo esperado, depois de quatro anos e sete meses do crime. Mariana Costa foi assassinada no dia 13 de novembro de 2016, no seu apartamento, no bairro Turu.

“A Mariana teve a vida ceifada brutalmente com 33 anos de idade. Era filha, mãe e irmã, mas apesar de ter tido o julgamento, que era algo tão esperado, depois de quatro anos e sete meses, ele finalmente, foi condenado”, disse,

A líder do PSD na Casa destacou ainda que a condenação não aplaca a dor da família, mas a sensação da justiça ter sido feita, ameniza os corações e deixa os familiares mais tranquilos.

“Isso não aplaca a dor da família, que é contínua, mas a sensação da justiça ter sido feita, ameniza os corações e nos deixa mais tranquilos”, afirmou Karla Sarney.

Condenação reforça luta
De acordo com os vereadores Octávio Soeiro (Podemos) e Concita Pinto (PC do B), a condenação do réu é um posicionamento unânime da Câmara de São Luís.

O vereador Octávio Soeiro afirmou que a sociedade ludovicense esperava essa definição de forma justa. “A morte de Mariana foi um caso de grande repercussão e teve o desfecho esperado por todos, e a justiça foi feita, pois foram quase cinco anos de espera. A sociedade ludovicense, o Maranhão e acredito que até o país esperava essa definição de forma justa e uma punição severa para aquele que, de forma brutal, cometeu um crime em sua própria família”, enfatizou o vereador.

Na opinião da vereadora Concita Pinto, a condenação do assassino confesso da publicitária é um posicionamento unânime da Câmara de São Luís. Ela disse ainda que o desfecho do caso vai reforçar um tema permanente contra o feminicídio e contra a violência da mulher.

“Eu tenho absoluta certeza que esse é um posicionamento unânime da Câmara de São Luís, pois na condição de vereadora e Procuradora da Mulher desta Casa, eu entendo que esse será um tema permanente e constante contra o feminicídio e contra a violência da mulher”, concluiu Concita Pinto

Prazo para recorrer
Desde 2016, Lucas Porto permanecia preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, onde aguardava julgamento. Agora, com a condenação, ele será levado novamente ao presídio.

A defesa dele tem até cinco dias para interpor recurso de apelação no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA), para recorrer da decisão da sentença do Tribunal do Júri que o condenou a 39 anos.

A sessão do Júri Popular foi realizada no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, com início no último dia 30, finalizando durante a madrugada de segunda-feira, 5.

Relembre o caso
Mariana Costa era sobrinha-neta do ex-presidente da República, José Sarney, e foi encontrada morta em 2016 no apartamento onde morava, no bairro Turu, em São Luís. As investigações da Polícia Civil do Maranhão (PC-MA) apontaram que ela foi estuprada e morta por asfixia.

O empresário Lucas Porto, cunhado da vítima, foi preso como principal suspeito do crime. À Polícia Civil do Maranhão, ele confessou a autoria e afirmou que teria matado Mariana por causa de uma atração não correspondida que ele sentia por ela.

Após a morte da publicitária, a família de Mariana criou o projeto ‘Somos Todos Mariana’, que ajuda no combate ao feminicídio no Maranhão. A iniciativa leva para bairros e escolas, palestras que alertam sobre a importância da mobilização contra casos de violência contra mulheres.