Cada vez mais atuantes, as mulheres ganham espaço no setor portuário

Já foi o tempo em que as profissões eram exclusivamente masculinas ou femininas. A cada ano, as mulheres se firmam em cargos antes ocupados apenas por homens, e mostram que o exercício dessas funções, por elas, supera as expectativas quanto aos resultados e a qualidade do trabalho.

No mundo corporativo, as empresas e instituições abrem suas portas para essas mulheres. Caso como o OGMO Itaqui – Órgão Gestor da Mão de Obra do Trabalho Portuário cuja atividade fim, administrar e fornecer a mão de obra do trabalhador portuário e do trabalhador portuário avulso no porto público maranhense., oportuniza às mulheres atividades diversificadas.

Com o segmento portuário despontando, cada vez mais, como uma vocação natural para o crescimento do estado as mulheres avistaram mares de oportunidade no setor.

É o caso de Crisdiana Algarvio, 11anos formada em técnica de segurança e, há dois, trabalhando no Ogmo. Todos os dias, ela percorre a área operacional acompanhando os trabalhadores do Orgão Gestor em suas atividades, para assegurar um ambiente livre de incidentes e acidentes. “Os meus colegas são, em sua maioria, homens, estivadores, arrumadores, conferentes. É um trabalho que exige muita atenção. Procuro ajudá-los nesse exercício de conscientização, com foco em uma atitude preventiva”, explica. Sobre a predominância de homens no setor portuário, a operadora reconhece que há o que avançar, mas por experiência própria, ela percebe o quanto esse cenário mudou: “é nítido cada vez mais a presença de mulheres, o respeito no exercício da função. Estamos aptas para trabalhar em qualquer atividade”, conclui.

A técnica tem razão. Ainda que o segmento seja, indiscutivelmente, masculino, já existem centenas de mulheres atuando nos portos públicos do Brasil. Só aqui, no Ogmo Maranhão, elas representam 77% do corpo de funcionários. E mais: registra em 25 anos de criação do órgão, a primeira mulher no estado e a segunda no país ocupando cargo de liderança. Ana Barbosa, diretora do Ogmo.
Com vasta experiência na iniciativa privada, Ana Barbosa encarou o desafio de estar à frente de uma instituição pública, que figura como interface entre as agências operadoras portuárias e três categorias de forte representatividade no setor: os estivadores, arrumadores e conferentes. “Em linhas gerais, as empresas Operadoras Portuárias solicitam mão de obra ao OGMO e nós fornecemos esses trabalhadores. No total, temos no mercado maranhense cerca de 400 profissionais. Destes, consta uma mulher arrumadora”, explica.

Para a diretora, a representatividade feminina em novos espaços tem contribuído para quebrar os estereótipos de gênero para profissões tidas como exclusivamente masculinas ou femininas, mas o que fala mais alto é a competência. “Quando o critério para seleção prioriza aspectos ligados à qualidade do trabalho que será executado, o gênero torna-se secundário. No entanto, penso que ainda existem muitos desafios a serem superados quanto ao posicionamento de mulheres em cargos da alta liderança e de gerar oportunidade iguais. Devemos criar e participar das iniciativas que podem impulsionar a carreira das mulheres, a exemplo de programas de mentoria e formação de novas líderes. A questão é cultural, mas há avanços ainda que lentos”, avalia Ana Barbosa, lembrando que a sua experiência profissional sempre foi pautada em desafios, “como em todas as funções que exerci, busco fazer a diferença e me perguntar de que forma posso melhorar o meu desempenho. Há mulheres que se desafiam, creio que seja uma delas e que estou contribuindo com a trajetória de outras mulheres”.