Ausência de saneamento básico contribui para a proliferação do novo coronavírus no Maranhão
Em 2020 o novo coronavírus tornou-se, de fato, um grande problema de saúde global. Com alta taxa de transmissão na fase inicial da doença, o vírus responsável pela atual pandemia exige diversos cuidados e recurso básicos para prevenção, como uso de máscaras, distanciamento social, higienização das mãos e serviços de saneamento básico.
No Maranhão, de acordo com levantamento da Associação das Concessões Privadas de Saneamento (ABCON), com base nos números do SNIS 2019 (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), apenas 14 cidades contam com serviço de tratamento de esgoto. Número considerado alarmante, já que é equivalente a apenas 6,5% dos municípios maranhenses, em um estado com mais 7 milhões de habitantes.
Segundo estudo baseado em outras pesquisas conduzidas com demais vírus da mesma família do SARS-CoV-2, publicado pelo Instituto Trata Brasil, em março deste ano, a falta de saneamento básico pode indicar a transmissão do vírus através da água não tratada ou do esgoto. Fato que ainda deve ser comprovado pela comunidade médica, mas que já reforça a importância de boas condições do consumo de água potável e esgotamento sanitário.
Para a infectologista pediatra, Dra. Mônica Gama, o acesso à água tratada também é fundamental para saúde humana e para o combate à Covid-19. “Sem dúvidas, a falta de água potável para parte da população brasileira que reside em precárias condições de vida, impacta na transmissão do novo coronavírus. Pois uma das principais medidas de prevenção é a higienização frequente e adequada das mãos e superfícies potencialmente contaminadas”, pontua.
Considerando a realidade de grande parte dos maranhenses, Mônica ressalta que a precariedade do saneamento básico no estado pode contribuir significativamente com o número de contaminados no estado pelo novo coronavírus. “Nesse sentido, a garantia de fornecimento de água potável, assim como a provisão de condição de saneamento adequadas, são essenciais para proteção da saúde da população, especialmente durante surtos de doenças infecciosas como o que estamos vivenciando neste momento”, conclui a infectologista.
Uma solução
Visando reduzir as consequências negativas causadas pela precariedade do saneamento básico no Brasil, o Centro de Apoio aos Pequenos Empreendimentos (CEAPE) criou o projeto Ceape Sanear. Voltado para melhorar a qualidade de vida da população brasileira através de investimentos neste fator essencial, o programa já beneficiou, ao todo, 1.476 famílias.
Atendendo pessoas de baixa de renda, o Ceape Sanear, atua com disponibilização de crédito para a construção de banheiros sanitários, compra de caixa d’água, bebedouros e instalação de fossas sépticas. O crédito varia de R$ 500 a R$ 10 mil, podendo ser parcelado em até 24 meses e renovado de acordo a necessidade de cada cliente atendido pelo programa.